Lenda dos rodeios, filme do locutor Asa Branca está sendo gravado

O famoso locutor de rodeios Asa Branca terá sua história contada nas telonas; gravações começaram no interior de São Paulo, onde o então peão teve um acidente

Quatro anos após sua morte, o icônico locutor de rodeios Asa Branca vai ganhar um filme. O começo das filmagens foi em Fernandópolis, cidade situada na região noroeste do estado de São Paulo em que Waldemar Ruy dos Santos, seu nome de batismo, deixou de ser peão para assumir seu verdadeiro talento: a narração de rodeios. O filme será um drama emotivo que narrará a história de amor e superação de um homem humilde que sonhava em ser boiadeiro, mas, devido a um acidente, mudou de profissão e virou lenda, referência sertaneja e celebridade televisiva.

No roteiro serão retratadas partes cruciais da vida de Asa Branca, como sua carreira como peão de boiadeiro, a estreia como locutor, inclusive com cenas de suas animações e chegadas triunfais nas arenas–era conhecido por usar helicópteros e até pular de paraquedas.

Asa Branca pulando de Helicóptero
Foto: Divulgação

Por outro lado, o filme não deixa de mostrar os percalços da vida dele, explica o diretor do filme. “Inicialmente, a gente iria fazer a história da vida dele inteira, desde a infância, mas isso não caberia num filme. Então, a gente optou por contar a história do Asa, ainda peão, sofrendo um acidente no rodeio. Enquanto ele está em recuperação, ele escuta gravações do Zé do Prato (locutor de rodeio), vai mexendo com ele, que é carismático, tem talento para improviso e rimas, e começa se destacar”, afirma o diretor.

Dirigido por Guga Sander, também responsável pelo roteiro, o filme vai ter como protagonista, no papel de Asa Branca, o ator Felipe Simas, que esteve na série “As Aventuras de José & Durval”, da Globoplay, sobre outro símbolo do mundo sertanejo, a dupla Chitãozinho & Xororó, interpretando Xororó.”

Além das filmagens que serão feitas em Fernandópolis, o elenco e produtores também estão visitando propriedades rurais, recintos de festas e municípios da região gravando cenas do filme que é estrelado por Felipe Simas, interpretando o ‘Asa’.

A viúva do locutor, Sandra Maria Asa Branca dos Santos, que também foi sua empresária, acompanhou emocionada as filmagens do longa na última quarta-feira, 03, cenas em que a atriz Lara Tremouroux a interpreta no momento em que ‘Asa’ a pedia em casamento. Nádia Maria dos Santos, irmã de Asa Branca, também acompanhou as filmagens. “

Em uma breve conversa, Sandra e a irmã de Asa Branca, Nádia Maria dos Santos, falaram sobre a vida e os gostos do locutor e o fascínio pela cidade de Fernandópolis, local onde as maiorias das cenas estão sendo gravadas. Sandra relembrou que foi em Fernandópolis a última montaria de Asa como peão e uma das últimas no Brasil depois de ida aos Estados Unidos e depois o sofrimento com a doença.

Tanto Sandra, como Nádia, relembraram os momentos de tensão que viveram quando Asa Branca chega à arena do recinto de Exposições Percy Waldir Semeghini em Fernandópolis, a bordo de um helicóptero e faz a façanha de cumprimentar o público com algumas manobras radicais.

O filme “Asa Branca, a Voz da Arena”, está previsto para estrear no segundo semestre de 2025.

A TRAJETÓRIA DE ASA BRANCA

‘Asa Branca’ se tornou um ícone dos rodeios, após sofrer um grave acidente durante uma montaria em touro no rodeio, ele revolucionou o espetáculo da montaria no Brasil de uma outra maneira, após uma viagem para os Estados Unidos. Profissional inteligente, criativo e polêmico, implantou o uso do microfone sem fio nas arenas, entrevistava e interagia com o público das arquibancadas e com os peões competidores, sua principal marca era a chegada triunfal de helicópteros nas arenas.

O sucesso trouxe prestígio, popularidade. O locutor dos eventos do interior foi parar na Globo. Apareceu em especiais de fim de ano, em novelas. Generoso, farrista, fanfarrão, Asa Branca se esbaldou na fama, vivia em festas. Os problemas começaram com as drogas. No final dos anos 90, veio o diagnóstico de HIV. Com a carreira em baixa, o locutor viveu outro baque, o homem que carregava o nome de ave no apelido pegou neurocriptococose, a gravíssima doença do pombo. Poucos anos depois, descobriu um câncer na mandíbula, doença que tirou de cena a lenda das arenas em fevereiro de 2020, aos 57 anos de idade.

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