Estado deve produzir na safra 2022/23 44 milhões de toneladas de soja, segundo o Imea, cerca 15 milhões de toneladas a mais que a Argentina
O estado do Mato Grosso, caso fosse um país, ocuparia a terceira posição no ranking global de produtores de soja. Os dados foram obtidos com informações combinadas do Foreign Agricultural Service (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e o levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Atualmente, o ranking mundial de maiores produtores de soja conta com o Brasil na primeira posição, diante de uma projeção de 151,4 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e com os Estados Unidos em segundo lugar, com uma produção estimada em 121 milhões de toneladas para 2022/23.
Na safra 2022/2023, a produção de soja no Mato Grosso está prevista em 41,46 milhões de toneladas, ultrapassando a Argentina, atual terceira colocada no ranking da agência dos Estados Unidos, cuja produção está estimada em 33 milhões de toneladas.
Na safra 2021/2022 a produção da Argentina foi de 44 milhões de toneladas contra 40 milhões de toneladas do Mato Grosso. A Argentina já chegou a marca de 61 milhões de toneladas, isso em 2015, no seu melhor ano em produção de soja.
Apesar de estar enfrentando uma situação de estiagem severa, segundo o Imea, o estado deve produzir 1,4% a mais de soja do que na safra anterior. Este aumento é devido ao crescimento das áreas cultivadas e à adoção de tecnologia avançada.
A quebra da safra na Argentina tem levado o país de forte concorrente das exportações brasileiras e mato-grossenses para cliente.
Enquanto isso, a produção de soja da Argentina tem declinado acentuadamente e a estimativa do FAS de 33 milhões de toneladas pode estar superestimada. De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosario, divulgada em 8 de março, o país deve produzir 27 milhões de toneladas na safra atual, a pior desde o início do século. A crise climática enfrentada pelos agricultores argentinos, com uma seca histórica sem precedentes, está devastando a região dos Pampas, a principal produtora de grãos do país.
Produtividade entre fatores para recorde
São vários os fatores para o aumento da produção de soja em Mato Grosso. Entre eles estão o crescimento de áreas agricultáveis em cima de área de pastagem degradada, emprego de tecnologia e a produtividade por hectare, que nesta safra 2022/23 conta com uma previsão média de 61,59 sacas por hectare.
Neste ciclo foram semeados 11,99 milhões de hectares e a expectativa, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é que até 2032 a área destinada a soja chegue em 16,50 milhões de hectares. Em termos de produção, espera-se que o estado alcance 63,61 milhões de toneladas.
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