O confinamento de bovinos tem uma grande capacidade de produção de resíduos, esses precisão ser destinados de forma correta para não causar problemas ambientais.
A prática de confinar bovinos para corte está ganhando força, isso se deve pelo fato de ser possível trabalhar em um espaço reduzido e gerar um rendimento econômico considerável.
Dejetos
Porém, no processo de criação intensa de animais para corte, o acúmulo de dejetos (conjunto de fezes, urina, água desperdiçada dos bebedouros, água de higienização e resíduos de ração), geração de resíduos líquidos com altas concentrações de cargas orgânicas e a proliferação de moscas é um problema de poluição local, que podem causar problemas ambientais nas áreas de influência indireta, afetando a qualidade do meio ambiente, principalmente, na qualidade dos recursos hídricos, causando contaminação.
Por este motivo, este assunto deve ser visto com cuidado por parte dos pecuaristas e também pelos órgãos ambientais fiscalizadores.
Evolução do confinamento de bovinoS
Em 2018, 4,987 milhões de cabeças de bovinos foram “terminadas” em confinamentos. Ou seja, passaram a última fase do processo de engorda – do boi magro até o animal pronto para o abate – no sistema intensivo. Na comparação com 2017, quando 4,850 milhões de bovinos foram confinados, o crescimento foi de 3% (DSM).
O movimento de intensificação da pecuária deve continuar ao longo dos próximos anos, e é possível que em 2025 cerca de 10 milhões de bovinos sejam engordadas apenas no confinamento tradicional (DSM).
Gerenciamento de resíduos
Com isso, o gerenciamento dos resíduos gerados deve ser cuidadoso, independentemente do porte do confinamento. Em qualquer tipo de criação, é importante saber e aplicar a forma correta do armazenamento e destinação dos dejetos dos animais.
Existem vários sistemas de produção, no qual é realizado o aproveitamento do esterco. O esterco é representado geralmente pela parte sólida dos dejetos, compreendendo as fezes, resíduos de cama e rações com teores de 18 a 40% de matéria seca (PAULO e HELIO, 2001).
Esterqueira
Na maioria das pequenas propriedades, a metodologia utilizada é a construção de “esterqueira”.
De acordo com a Embrapa, esterqueira é o local onde destina-se os dejetos sólidos, sua construção deve ficar a 50 metros do estábulo e 200 metros das residências para evitar transtornos com a proliferação de moscas e mau cheiro. Na esterqueira, a fermentação do esterco ocorre em torno de 60 a 90 dias, dependendo da temperatura média da região, favorece a morte de larvas de vermes e produz um adubo de qualidade, seguro e de fácil aproveitamento para fertilizar lavouras e pastagens. Pode ser construída de alvenaria ou madeira, basicamente de três tipos: esterqueira subterrânea, de encosta e de três celas.
Lagoas
Também existe a forma de tratamento através de lagoas facultativas, que depuram o esgoto através dos fenômenos de fermentação anaeróbia (na zona de fundo), e de oxidação aeróbia e redução fotossintética nas camadas superiores.
Biodigestores
Outra forma interessante, é o uso de biodigestores, que são compostos por câmaras de fermentação anaeróbica, onde ocorre o processo de biodigestão anaeróbica. Esse processo apresenta-se como uma alternativa para o tratamento e a reciclagem energética dos nutrientes presentes nos dejetos animais, reduzindo o potencial poluidor e os riscos sanitários, além de promover a geração do biogás e do biofertilizante.
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A produção de biogás em propriedades rurais favorece o uso para iluminação da própria propriedade (DEGANUTTI et al., 2002), e ao uso de combustível em substituição ao gás natural e ao gás liquefeito de petróleo (ESPERANCINI et al., 2007), proporcionando o retorno ao sistema produtivo de parte da energia que seria perdida, por meio do biogás (ORRICO et al., 2007, SANTOS et al., 2007). Ao mesmo tempo, os materiais orgânicos submetidos ao processo de digestão anaeróbia por meio de biodigestor produzem um adubo orgânico, o biofertilizante, que pode ser utilizado na agricultura como fonte de nutrientes para as culturas (BOCOLI et al., 2016)
Final
Como pode ser visto, existem diversas formas de tratamento dos resíduos gerados pelos confinamentos. Cabe ao pecuarista escolher a forma mais viável ao seu orçamento. O que importa é ser realizado uma destinação correta, evitando a contaminação dos cursos d’água e respeitando meio ambiente.
Fonte: Scot Consultoria