ONGs impedem expansão da Agricultura e Pecuária Brasileira

Estudo americano afirma que a preservação das matas tropicais significa menor produtividade para o Brasil e mais espaço para o agronegócio norte-americano.

Em palestra recente, o pesquisador da Embrapa Evaristo de Miranda mostrou inúmeros dados sobre áreas de preservação permanente no país e mostra que o Brasil preserva mais de 30% do seu território, ninguém preserva mais que nós. Sempre ficou decidido pela opinião pública internacional e nacional que o Brasil destrói cada vez mais as suas florestas — por culpa da agropecuária, é claro. Terra que gera riqueza, renda e imposto é o inferno. Terra que não produz nada é o paraíso. Fim de conversa.

Os fatos mostram o contrário, mas e daí? Quanto menos fatos alguém tem a seu favor, mais fortes ficam as suas opiniões.

Ninguém imagina, pelo que se vê e lê todos os dias, que a área de matas preservadas no Brasil é mais do que o dobro da média mundial. Nenhum país do mundo tem tantas florestas quanto o Brasil — mais que a Rússia, que tem o dobro do seu tamanho, e mais que Canadá e Estados Unidos juntos. Só o Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo, é duas vezes maior que a maior floresta primária da Europa, na Polônia.

Área protegida no Brasil equivale a 15 países da União Européia.

Documento de ONG norte-americana

Chamado “Farms here, forests there”, o documento com 48 páginas faz uma interessante relação entre a degradação da floresta tropical no Brasil, o crescimento do agronegócio brasileiro e as perdas que essa expansão acarreta para a economia dos Estados Unidos. “Os ganhos dos Estados Unidos não significam perdas para o Brasil”, adiantou Glenn Hurowitz em entrevista à Dinheiro Rural. Ele é jornalista, um dos autores do relatório e parceiro da ONG Avoided Deforestation Partners (Parceiros contra o desmatamento) e da National Farmers Union (União Nacional dos Fazendeiros), que encomendaram o estudo.

Entre os pontos polêmicos do relatório está a afirmação de que o fim do desmatamento no Brasil poderia gerar aos EUA uma receita agrícola estimada entre US$ 190 bilhões e US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030. A explicação para este ganho é bastante simples: com a preservação das florestas, haveria uma redução na produtividade de soja, carne, madeira, óleo de palma e seus derivados, apontados pelo estudo como os produtos que contribuem para o desmatamento por aqui. E acrescenta: “A expansão de pastos e plantações em áreas de floresta em países como o Brasil vem contribuindo para que essas nações se tornem líderes exportadoras dessas commodities.” 

Para Hurowitz, as críticas são infundadas, já que o estudo mostra os ganhos que o Brasil terá com a preservação. “A floresta preservada vai gerar bilhões de dólares”, explica ele. Mas não é o que consta na conclusão do relatório, que reconhece os ganhos desse “espírito de preservação” para os EUA.

“As pessoas que sabem somar dois mais dois perguntarão: “Ué, mas se a gente fica com as florestas, e eles, com as fazendas, haverá menos comida no mundo, certo?” Certo! Mas e daí? O negócio dos agricultores americanos estará assegurado, e as nossas matas também, onde Curupira, Anhangá, a Cuca e a Marina Silva podem curtir a nossa vasta solidão! É uma baita cara-de-pau!” escreveu o jornalista Reinaldo Azevedo.

O Brasil é o pais que mais preserva

O pesquisador da Embrapa, Evaristo de Miranda, fala sobre o cenário do Meio Ambiente brasileiro e os desafios para os próximos anos da Agropecuária, vale a pena assistir.

Faça o download da cartilha norte-americana, através do link abaixo.

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Via Dinheiro Rural, Reinaldo Azevedo e J.R.Guzzo

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