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Pecuária do futuro: Genética e sustentabilidade lado a lado

O melhoramento genético de bovinos aliado a sustentabilidade será nosso grande trunfo nas próximas décadas; o mundo se surpreenderá com o nosso potencial

Camila Santos – Até 2050, a demanda global da população por alimento aumentará em até 70%, e a abertura de novas áreas para aumentar a produção de alimentos é uma opção muito questionada, e tudo indica que a pressão da comunidade vai ser cada vez maior. Sendo que não adianta produzir de forma lucrativa se não for ecologicamente correto. Então para explorar esta oportunidade, devemos utilizar os nossos recursos naturais de forma racional sendo a intensificação do uso da terra em áreas já antropizadas a alternativa mais aceita. O Brasil é um dos países com maior potencial de expansão para atender a demanda pois possui mão de obra abundante motivada e com gosto pela atividade, interação positiva clima-solo-genótipos vegetais e animais, tecnologia nacional avançada e em contínuo desenvolvimento, condições ímpares para a exploração de uma pecuária ecológica.

Para muitos empreendedores rurais pecuária sustentável significa: “Explorar de forma consciente hoje, para que os filhos, netos e bisnetos tenham a possibilidade de explorar amanhã”, o que não deixa de ser uma verdade, mas podemos conceituar melhor esta ideia. Sustentabilidade significa, sobretudo, sobrevivência. Sobrevivência dos recursos naturais, dos empreendimentos e da própria sociedade. Não por acaso, ela está baseada no chamado Triple Bottom Line, uma expressão britânica sem tradução para o português, constituído por três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Isto quer dizer que, para qualquer empreendimento se tornar viável, daqui para frente ele terá que ser socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo. Dessa maneira, para que haja a perenidade do negócio, esses três componentes deverão estar, obrigatoriamente, presentes.

A produção sustentável de modo geral possibilita boa produtividade a custos relativamente baixos, garantindo boa lucratividade, conservação dos solos, dos recursos hídricos e da biodiversidade, sequestro de carbono em áreas de pastagem bem manejadas pode ser bem maior do que a emissão de metano dos bovinos, diluição de custo, maior quantidade de produtos por unidade de insumo aplicados, sequestro de carbono, oferta de pastagem de melhor qualidade no período crítico do ano.

Mas e o componente animal e o Melhoramento Genético onde pode ser um fator que seja aditivo a essas vantagens? Bom, o melhoramento genético é uma excelente ferramenta para auxiliar na eficiência de sistema de produção, gerando um produto de qualidade e lucrativo. Mas deve ser usado com responsabilidade de forma que o sistema de produção irá determinar o componente genético que poderá ser utilizado e para chegar a esse ponto podem ser usadas medidas com excelente custo/Benefício quanto ao progresso genético que será promovido.

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Foto: Embrapa

E parte do princípio de “como melhorar geneticamente o meu rebanho, de forma a buscar a otimização genótipo-sistema de produção”?

As duas principais ferramentas do melhoramento são: Seleção, que é a definição de quais animais serão usados na reprodução e com qual intensidade e a definição de como acasalar os touros e as vacas selecionados – denominada como acasalamento quando estes são da mesma composição genética, ou cruzamento quando são de raças distintas.

A seleção basicamente é a definição de quais animais serão usados na reprodução e com qual intensidade. Em programas de melhoramento genético deve-se considerar que o ambiente de seleção dos reprodutores deve ser similar ao ambiente de produção de seus descendentes para possibilitar o uso do melhor genótipo para conversão mais otimizada dos recursos disponíveis.

Foto: Fazenda Santa Nice

E para fêmeas como definir as metas?

Deseja-se progresso genético na direção de fêmeas: Eficiência produtiva, sexualmente precoces, longevas, boa habilidade materna; baixo custo de mantença, adaptadas as condições inseridas;

As a avaliações visuais de Conformação, Precocidade e Musculatura (CPM) também podem auxiliar no processo e visam identificar: Maior peso da carcaça, Precocidade de acabamento, rendimento de carcaça e avaliar se os objetivos do sistema de produção serão atendidos.

Gerando um produto qualidade e lucrativo redução do tempo entre nascimento e abate, com qualidade de carne em equilíbrio com maior lucratividade/ha, de forma sustentável.

Por Camila Alves dos Santos
Médica Veterinária – Mestranda em melhoramento Genético Programa de Pós-Graduação em Zootecnia Instituto Federal Goiano-Campus Rio Verde

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