Pecuarista vê R$300/@ no retrovisor e sonha com nova alta, mas…

Arroba pode ter momento de recuperação nesta semana, mas longe de ser o que o pecuarista deseja. Recuperação se deve a chegada da massa salarial e comemoração do Dia dos Pais. Entretanto, a competição com outras carnes traz alerta ao mercado. Veja o que esperar do boi gordo!

O pecuarista vê R$300/@ no retrovisor e sonha com nova alta, mas o momento é delicado e requer atenção e estratégia da porteira pra dentro. Entretanto, a arroba pode ter momento de recuperação nesta semana, mas longe de ser o que o pecuarista deseja. Recuperação se deve a chegada da massa salarial e comemoração do Dia dos Pais. Contudo, a competição com outras carnes traz alerta ao mercado. Veja o que esperar do boi gordo!

Na opinião do zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, após um julho fraco, o curto prazo traz um horizonte de boa perspectiva para o escoamento da proteína bovina, visando a virada de mês (período de recebimento dos salários) e o Dia dos Pais (próximo domingo) – onde há comemorações, há churrascos e outras receitas feitas com cortes de carne bovina.

Fechamento do boi na última semana

mercado físico do boi gordo teve um dia com movimento de negócios limitado nesta sexta-feira (4). Essa característica marcou a primeira semana de agosto, conforme observado pelo analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. De acordo com Iglesias, a demanda pela carne bovina apresentou um aquecimento durante a primeira quinzena do mês, fator importante para reduzir os estoques de carne e abrir espaço para uma possível recuperação moderada nos preços da arroba do boi.

Segundo a Scot, em São Paulo, a semana fecha com preços estáveis, poucos negócios e escalas de abate confortáveis. Ao longo da semana, parte dos compradores estiveram fora do mercado e esta manhã não foi diferente, porém ofertas de compra acima da referência foram relatadas por agentes-chave. O boi gordo está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca gorda em R$205,00/@ e a novilha gorda em R$220,00/@, preços brutos e a prazo.

A arroba do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociada em R$235,00, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum. As consultorias ressaltam ainda que o valor teve um recuo de R$ 5,00/@ ao longo da semana, reflexo da queda no faturamento e volume exportado, veja abaixo.

No geral, os preços da arroba se mantiveram estáveis ao longo do dia.

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Na cidade de São Paulo, a referência para a arroba do boi atingiu R$ 233.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi cotada a R$ 236.
  • Já em Cuiabá, a arroba alcançou o valor de R$ 206.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 220 para a arroba do boi gordo.
  • Por sua vez, em Uberaba (MG), a arroba foi comercializada a R$ 230.

Valor médio da carne exportada foi o menor desde março de 2021

O volume de carne bovina exportado pelo Brasil recuou em julho, depois de registrar, no primeiro semestre, o segundo melhor desempenho da história para o período. No último mês, os embarques somaram 160,80 mil toneladas, 16,57% inferiores aos de junho/23 e 3,88% menores que os de julho/22, de acordo com dados da Secex compilados pelo Cepea. Trata-se, também, do menor volume escoado pelo País em um mês de julho desde 2019.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário foi observado mesmo diante da queda nos preços pagos pela proteína nacional – em julho, o valor médio da carne exportada (US$ 4.740,31) foi o menor desde março de 2021 e ficou 6,21% abaixo do de junho/23 e expressivos 27,62% inferior ao de julho/22.

Segundo pesquisadores do Cepea, os números mais negativos no âmbito internacional são justificados pelo momento atual da economia mundial, com inflação em alta, taxa de juros em elevação e aumento da produção de alimentos em alguns países.

Atacado

O mercado atacadista registrou preços estáveis nesta sexta-feira. As perspectivas de negócios ainda indicam uma possível alta nos preços, considerando não somente a injeção de salários na economia, mas também a demanda adicional relacionada ao Dia dos Pais.

Vale destacar que a carne de frango continua sendo mais competitiva em comparação com outras proteínas concorrentes, especialmente em relação à carne bovina, destacou Iglesias.

O quarto traseiro permaneceu precificado a R$ 17,50 por quilo. Já o quarto dianteiro continuou sendo cotado a R$ 12,90 por quilo. Quanto à ponta de agulha, seu preço manteve-se em R$ 12,70.

Expectativas para o boi gordo

Apesar da expectativa de melhora do consumo doméstico nos próximos meses, Fabbri recomenda atenção por parte dos pecuaristas, citando três outros fatores, além da demanda, que deverão ditar o compasso no mercado do boi: “A oferta de boiadas terminadas (com destaque aos animais confinados, que vive momento de incógnita); o comportamento do dólar; e a oferta de carnes concorrentes, com destaque para a carne de frango (que está mais competitiva no mercado atacadista e cujo risco da gripe aviária pode elevar a oferta pontualmente)”.

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