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Soja convencional x transgênica: Qual é mais lucrativa?

Instituto Soja Livre incentiva produtores rurais a calcularem rentabilidade e aproveitarem bons prêmios do mercado; números comparativos foram apresentados

A soja convencional está dando bons resultados para o produtor rural de Mato Grosso. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) calcula que, em agosto, para os custos de produção safra 2021/22 a rentabilidade da soja convencional estava mais de R$ 833 por hectare acima da soja transgênica.

O produtor rural precisa fazer contas e perceber que é bem rentável plantar e comercializar soja convencional”, aponta César Borges, presidente do Instituto Soja Livre (ISL), entidade que tem como objetivo fomentar a cadeia da soja não transgênica no Brasil.

No cálculo do Imea, a soja transgênica tem produtividade média de 60,68 sacas por hectare, enquanto a convencional 56,86 sacas por hectare. “Mas é preciso atentar-se para o final deste cálculo, quando verificamos que o ganho em sacas, pela rentabilidade da convencional, chega a até 5,7 saca por hectare”, pontua Borges.

Apesar de ter custo mais elevado que a soja transgênica – R$ 5.251,47 por hectare contra R$ 5.081,74, a soja convencional apresenta vantagens no momento da comercialização por causa do prêmio. E este período deve se estender até a safra 2022/23, segundo consultor Fernando Nauffal.

“O mercado europeu não dá a menor sinalização de que deve diminuir exportações do Brasil. A China é um mercado diferente, que procura soja não transgênica para produzir alimentos e não rações. Ela tem produção interna – cerca de 12 milhões de toneladas, mas não dá mais conta de atender à sua população e precisam buscar alternativas”, explica.

Nauffal conta que a soja convencional brasileira aporta principalmente nos países da União Europeia para suprir os mercados de frango, ovos e laticínios. “É este mercado que impulsiona os prêmios para a soja não transgênica do país. É uma cadeia bem organizada com definição de prêmios e tolerância, porém as associações locais não vislumbram produto suficiente para atender a demanda”, revela.

Por isso, o mercado está aquecido e deve continuar assim pelas próximas duas safras. De acordo com o consultor, desde 2016 a Europa dobrou a produção, mas ainda não tem volumes suficientes para atender o mercado interno. Concorrentes como Índia, Rússia e Ucrânia estão voltando ao mercado após o baque da pandemia da Covid-19 e Nauffal acredita que é preciso agilidade dos produtores rurais brasileiros.

“Há muito mercado a ser explorado, mas a cadeia da soja não-transgênica brasileira precisa se organizar. Quanto mais soja convencional tivermos e maiores áreas, menor serão os problemas. Quanto menos gente entregando, menores os corredores logísticos, maior o risco de contaminação, menos sementes no mercado e resulta no que estamos vivendo hoje”, alerta.

Os chineses estão olhando para o Brasil e querem manter parâmetros de qualidade, como soja convencional com alto teor de proteína para consumo humano e a demanda reprimida é grande e poderia superar a da Europa. “Porém, isso exige uma aproximação política para que o Brasil mostre que tem o que eles estão procurando. Alinhando os padrões, a China e toda a Ásia podem se tornar consumidores muito interessantes”, finaliza.

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