Tráfego aéreo: Viaja boi bom

Conheça alguns detalhes de bovinos que ganharam os céus para chegar ao seu destino e descubra em que ano primeiro animal foi transportado

O tráfego aéreo vem despencando por conta da pandemia de Covid-19, a crise chegou a reduzir 90% da oferta de voos pelo Brasil, associação teme que 25 milhões de empregos em todo o mundo estejam em risco. Esperançosos de que a pandemia irá passar, aproveitamos para abordar um assunto bem especial, transporte aéreo bovino.

Você já deve ter ouvido falar sobre transporte de gado vivo aqui no Brasil, vários navios atracam em portos brasileiros, principalmente São Paulo e Rio Grande de Sul, para embarcam milhares de cabeças com destino a Europa e Ásia, mas e transporte pelos céus, já ouviu falar?

Alguns países são conhecidos por fazer o transporte aéreo de bovinos. A Austrália é um grande fornecedor de gado vivo para outros países, e faz isso tanto de navio, quanto através de aviões principalmente para países asiáticos, especialmente Cazaquistão. Países como o Egito e Turquia são clientes assumidos do gado brasileiro.

Aliás, as primeiras cabeças de gado bovino chegaram ao Brasil em 1534, por iniciativa de Ana Pimentel de Souza, a esposa de Martim Afonso de Souza, que mandou vir do arquipélago de Cabo Verde, algumas dezenas de cabeças de gado para a capitania de São Vicente. A trajetória do Ongole indiano no Nelore brasileiro, se confunde com o transporte bovino e começa na primeira metade do século XIX, de quando datam os primeiros registros de desembarque no país de zebuínos originários da Índia.

Pois é, nós reunimos alguns detalhes de como é feito o transporte, e algumas curiosidades de forma de conduzir os bovinos. Primeiro devemos conhecer a máquina que normalmente transporta, através dos céus, os animais. E olha que não é qualquer máquina:

747 Cargo: Aviões de carga

747 Cargo Atlas Air
747 Cargo / Foto: Atlas Air

Esse é um 747 Cargo bastante usado bastante na logística pelo mundo, principalmente no transporte de bovinos. Existem 41 aeronaves como essa voando pelo mundo – 35 cargueiros e 6 de passageiros, chamados de Intercontinental, com capacidade para até 550 passageiros. O modelo de carga tem capacidade para transportar 135 toneladas de carga.

Cada exportação via aérea custa entre US$ 750 mil e US$ 1 milhão. Normalmente os animais são transportados em caixas de madeira. Machos e fêmeas viajam separados, em gaiolas de madeira medindo três metros por 2,30 metros, com o piso coberto por palha de arroz, uma manta absorvente e uma “fralda”, como é chamado o plástico que reverte a caixa pelo lado de fora para que a urina altamente corrosiva não danifique o piso do avião.

Gado guzerá é transportado de avião para o Senegal, na África

gado guzera aeroporto
Foto: Teresa Raquel Bastos / Ed. Globo)

Uma carga viva, de 190 cabeças de gado guzerá foi enviada ao Senegal, através do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). São 20 touros, 109 vacas e 65 bezerros ao pé. O Boeing 747 da Cargolux, empresa sediada em Luxemburgo, tem capacidade para 755 metros cúbicos e viajou para o Senegal levando 34 caixas de madeira, cada uma com cinco exemplares de guzerá transportados em pé (para que nenhum deite e seja pisoteado), e sem água nem comida.

Machos e fêmeas viajam separados, em gaiolas de madeira medindo três metros por 2,30 metros, com o piso coberto por palha de arroz, uma manta absorvente e uma “fralda”, como é chamado o plástico que reverte a caixa pelo lado de fora para que a urina altamente corrosiva não danifique o piso do avião. Bem-estar animal – Para compensar a transpiração do boi, a temperatura é regulada para 15°C.

Primeiro bovino que voou no mundo

Foto: KLM

Em 1942 a empresa aérea KLM Royal Dutch voava com Nico, um novilho provavelmente da raça Holandesa de Rotterdam na Holanda para Paris, na França, ele tornou-se o primeiro bovino a voar no mundo.

Aeroporto bovinos: Confira todos os passos do curral até o desembarque no destino

Como dissemos, não é o transporte mais viável economicamente falando, mas as vezes trata-se de algum projeto genético, ou ajuda humanitária e todo esforço e compensado.

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