Fazenda de Mato Grosso do Sul é a campeã da sustentabilidade

A Modelo II adotou integração lavoura-pecuária-floresta e foi a vencedora do prêmio Fazenda Sustentável 2016, entregue pela revista Globo Rural.

A Fazenda Modelo II, localizada em Ribas do Rio Pardo (MS), foi anunciada nesta terça-feira (6/12) a vencedora da terceira edição do Prêmio Fazenda Sustentável, iniciativa da revista Globo Rural para estimular a adoção das boas práticas na atividade agropecuária. A cerimônia de premiação foi realizada no Espaço 400, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo (SP).

“Queria agradecer a equipe, uma equipe muito comprometida que trabalhou duro para estarmos aqui. Foi uma honra conseguir esse primeiro lugar”, disse o gerente administrativo da propriedade, Alvaro Grohmann Neto.

A propriedade vencedora do Fazenda Sustentável neste ano é considerada pioneira na adoção do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Mais de 7,6 mil hectares de pastagens degradadas foram convertidos em plantações de soja, milho, feijão e eucalipto junto com um confinamento para cerca de 20 mil cabeças de gado. São 105 funcionários, com atenção para a mão-de-obra feminina, iniciativas de qualidade de vida e educação para crianças.

A segunda colocação no prêmio foi para a Fazenda Porteira Velha, de Pinhão (PR). O dono da propriedade, Silvino Caus, disse que a premiação aumenta a responsabilidade em relação à sustentabilidade do seu negócio. “Tenho peso maior nas minhas costas de representar minha região. Vou ser visto de outra maneira e meu desafio é tornar minha fazenda cada vez mais sustentável.”

A Porteira Velha está na encosta de um morro, a 1.050 metros de altitude. Começou nos anos 1970 com pecuária de corte, mas, ao longo do tempo, foi diversificando a produção. Hoje tem também soja, milho, frutas e erva-mate. Tudo é feito em apenas 40% da área total. Os outros 60% estão preservados. O trabalho é coordenado por sete funcionários. Eles gerenciam 50 hectares cada um e têm direito à assistência técnica, médica, odontológica e ambiental.

Na terceira colocação ficou a Fazenda Primavera, de Angelândia (MG), ligada aos Montesanto Tavares, antigos donos do Café 3Corações. Também fundadora da Suco Mais, a família hoje comanda um império formado por lavouras de café para e florestas plantadas com mogno africano. “A gente chegou onde chegou porque nossas atitudes que levaram a esse prêmio são frutos dos valores que temos nas nossas empresas. A sustentabilidade é um trabalho diário nas nossas fazendas”, disse Leonardo Tavares.

“Todas essas fazendas cumprem o Código Florestal. Nessas propriedades, a sustentabilidade é encarada como investimento”, resumiu o diretor de Redação da revista Globo Rural, Bruno Blecher. Ele lembrou, em seu pronunciamento, que as propriedades rurais que adotam as boas práticas na produção, além de serem mais produtivas, têm uma relação melhor com a comunidade onde estão inseridas e valorizam seus produtos.

O concurso

O Prêmio Fazenda Sustentável é realizado pela Globo Rural em parceria com o Rabobank, a World Wildlife Foundation (WWF) e a Fundação Espaço Eco (FEE). Nesta terceira edição, 65 fazendas de várias partes do Brasil foram inscritas. Dessas, 37 passaram para a segunda fase de avaliação. Na fase seguinte, 17 propriedades entre as avaliadas na etapa anterior passaram por uma nova etapa de análises para a seleção das dez finalistas. Estas concorrentes receberam visitas técnicas e os relatórios de avaliação serviram de base para a escolha das vencedoras, feita por uma comissão julgadora.

“O prêmio vai ao encontro do que o banco pensa do agronegócio, um agronegócio produtivo e sustentável”, disse Thais Fontes, responsável pelo departamento de sustentabilidade do Rabobank Brasil, uma das instituições responsáveis pela metodologia de avaliação. “A gente olha para o pais como grande produtor de alimentos e estamos aí para ajudar o produtor a implantar o Código Florestal”, acrescentou o especialista em finanças para sustentabilidade da WWF, Fábio Luiz Guido.

Projetos de arranjos produtivos integrados foram as principais marcas desta terceira edição do concurso. A maior parte das propriedades inscritas apresentava sistemas como cafeicultura com floresta, caso da terceira colocada deste ano, ou integração lavoura-pecuária-floresta, exemplo da fazenda vencedora.

“Esse prêmio reforça a maturidade do setor. Hoje podemos dizer que cada vez mais produtores encaram o desafio da sustentabilidade como oportunidade. Nossa expectativa é de que os produtores continuem a inserir essas praticas em suas atividades”, disse o diretor-presidente da Fundação Espaço Eco, Rodolfo Viana.

Os perfis detalhados das fazendas premiadas está na edição de dezembro da revista Globo Rural, que chega às bancas a partir desta quarta-feira (7/12).

Autoria: Globo Rural

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