Grupo de pais levou a pauta de renovação de como o agronegócio é ensinado nas escolas ao MEC; conteúdo dos materiais didáticos está em cheque
O grupo de mães e pais ligados ao agronegócio e que iniciaram o movimento De Olho no Material Escolar, com intenção de que os materiais didáticos sejam revisados para retratar a realidade do agro brasileiro, teve um avanço nesta semana. De acordo com uma das integrantes, a consultora em agronegócio Andreia Barnabé, na última quarta-feira (2) uma reunião foi realizada com o Ministério da Educação (MEC), e uma das deliberações foi de que pessoas ligadas ao agronegócio, seja na área acadêmica ou a instituições, farão parte de uma comissão que avalia livros e apostilas.
Andreia explica que autoridades da Frente Parlamentar da Agropecuária, que já haviam recebido a demanda do grupo, organizaram a reunião, que contou também com integrantes do MEC e com o ministro da pasta, Milton Ribeiro.
“Já foi sinalizado que haverá essa abertura para a participação de pessoas do agro, mães e pais, universidades, ou entidades como a Embrapa, por exemplo. Agora aguardaremos o chamamento para novas reuniões para que seja decidido quem vai compor esta comissão”, disse.
A consultora em agronegócio ressaltou que a intenção do grupo é de que essa revisão nos materiais didáticos traga o setor em um contexto atual, com as tecnologias e avanços que o país conquistou, mas sem deixar de lado o passado.
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“O problema é apenas ressaltar o que há de errado e ações que ocorreram no passado. O agro brasileiro evoluiu muito e precisa ser retratado de maneira correta desde as primeiras séries até o ensino mais avançado”, pontuou. Além da atuação junto ao MEC, o grupo também está em tratativas com grupos detentores de redes de escolas particulares para que o mesmo trabalho de adequação em livros e apostilas seja feito.
Xico Graziano alerta para doutrinação nas escolas
Há tempos, todos nós que defendemos a imagem da agricultura falamos sobre a necessidade de se rever os conteúdos curriculares do ensino fundamental. Acontece que, quase sempre, os autores das matérias de geografia e história são formados no paradigma ideológico da esquerda clássica, cujos patronos descreveram o Brasil rural segundo a análise marxista.
De 1 lado, os opressores: o latifundiário, o coronel do sertão, o fazendeiro; de outro lado, os explorados: o camponês, o negro, o índio, o trabalhador rural. A dicotomia seguia os moldes da luta de classes.
Grandes historiadores, como Caio Prado Junior, Alberto Passos Guimarães e Nelson W. Sodré, e ótimos romancistas, como Jorge Amado e Graciliano Ramos, escreveram belos livros, sob a ótica do pensamento comunista. Era a utopia dos intelectuais naquela época.
Os estudos comprovam essa revolução tecnológica. Entre 1976 e 2016, o índice do produto agropecuário (PIB) subiu acima de 4 vezes, passando de 100 para 437,6. A produtividade total dos fatores cresceu à taxa anual de 3,08% no período, sendo que o esforço tecnológico respondeu por 80,6% do crescimento do produto agropecuário. É incrível.
Adaptado de Notícias Agrícolas