Aluguel de máquinas agrícolas dispara e deve mais que triplicar até 2025

O Grupo Vamos, líder emlocação de veículos, ampliou sua frota em 75% entre 2020 e 2021, para 26.481 veículos,dos quais 30% para o agro.

O aluguel de máquinas agrícolas deu um salto e continuará crescendo em ritmo acelerado no médio prazo, apontam executivos do ramo. O Grupo Vamos, líder em locação de veículos, ampliou sua frota em 75% entre 2020 e 2021, para 26.481 veículos, dos quais 30% para o agro.

Os aluguéis para o setor vêm crescendo na mesma proporção e, para 2022 e próximos 3 anos, a previsão é manter ritmo semelhante de expansão, diz Gustavo Couto, o CEO. Da frota atual, próxima de 35 mil veículos, 8 mil estão com usinas de cana, empresas do ramo florestal e, cada vez mais, produtoras de grãos. Há expectativa de que o peso do setor passe dos 30% até 2025, quando o Vamos quer atingir 100 mil veículos – sendo ao menos 30 mil para o agro.

Avanço poderia ser maior

A Ouro Verde, que também atua na locação de máquinas, viu os contratos com o agro subirem mais de 25% em 2021 e espera alta semelhante este ano, diz Marluz Cariani, responsável por veículos pesados. “Não fosse a falta de equipamentos nos fabricantes, cresceria 40%.”

Novos hábitos impulsionam negócio

A mentalidade de novas gerações, menos apegadas à posse de bens, é determinante para o crescimento, dizem os executivos. Outro fator é a economia em relação à compra, de 20% a 25%, segundo Cariani. “No Brasil, 1% da frota nacional é alugada; nos Estados Unidos, de 25% a 30%. É uma grande oportunidade”, diz Couto.

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O interesse de cooperativas agropecuárias do Sul do Brasil por Fiagros vem aumentando. Larissa Waccholz, sócia da Vallya Agro, empresa especializada na formatação desses títulos voltados à captação de investimentos para o setor, tem feito várias visitas à região, a convite das próprias instituições. Elas querem saber mais do assunto e como conseguir, por meio da nova ferramenta, investimentos estrangeiros, sobretudo da China – país em que a executiva é especializada.

No capital externo

Sem citar nomes, Waccholz espera que, em breve, pelo menos quatro Fiagros emitidos por cooperativas devam “sair do forno” para bancar investimentos. A sócia da Vallya Agro vê nesses títulos uma ótima alternativa para atrair capital de fora tanto para custeio de safras dos cooperados quanto para investimentos em ampliações. “É o ‘pulo do gato’ que faltava para agroindústrias e cooperativas que já trabalham com exportação.”

Quase igual

Parte do setor financeiro questiona regras para emissões de Cédulas de Produto Rural (CPR) por revendas de insumos e empresas do agro, as CPR 3.0. Até meses atrás, o papel, utilizado para captar recursos, só podia ser usado por agricultores. O problema, diz uma fonte, é que no caso dos papéis apenas para produtores, bancos podem levantar dinheiro junto a investidores oferecendo o papel LCA, isento de imposto de renda, mas não para a CPR 3.0. Assim, precisam captar por papéis não isentos, que elevam os juros da CPR 3.0.

Chegou a hora

As entregas de adubos a produtores em setembro e outubro serão expressivas, segundo Carlos Heredia, consultor de negócios em suprimentos e fertilizantes. O movimento ocorre após a queda recente das compras. Heredia diz que produtores se sentiram seguros para postergar a aquisição do insumo vendo os portos cheios de produto importado e a perspectiva de queda dos preços.

Olho no concorrente

O novo padrão de rotulagem de alimentos e bebidas industrializados, que entra em vigor em 9 de outubro para itens com novas fórmulas, deve estimular a transformação e a concorrência na indústria, avalia João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Isso porque produtos com alto teor de sódio, gorduras saturadas ou açúcares terão de estampar, na frente da embalagem, o desenho de uma lupa indicando se ele é “alto em” um, dois ou nos três itens.

Brasil surfa no mercado de etanol da União Europeia

Com o etanol em baixa no Brasil, as usinas exportam volumes recordes à Europa, que enfrenta uma crise de energia e oferece preços até 30% mais altos. A Tereos Brasil prevê faturar US$ 100 milhões vendendo para lá 25% de sua produção na safra 2022/23. O bloco virou “uma boa saída”, diz Gustavo Segantini, diretor comercial.

Propostas de candidatos ainda vagas para o agro A poucos dias das eleições, em 2 de outubro, os planos dos candidatos à Presidência registrados no TSE não incluem medidas específicas para o agro, só diretrizes gerais. A exceção é Simone Tebet (MDB), que faz 12 propostas. Jair Bolsonaro (PL) fala em “aprimorar avanços”; Lula (PT) finaliza um plano mais detalhado. Ciro Gomes (PDT) cita o setor uma vez.

Fonte: Estadão Conteúdo

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