Boi despenca quase R$ 10,00/@; Até onde vai a queda?

Com a melhora no fluxo da oferta de animais e indústrias com escalas confortáveis, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade desse movimento no curto prazo.

O mercado físico de boi registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quinta-feira, 7, a depender da praça pecuária avaliada, sendo observadas variações grandes dentro do mesmo estado. O cenário atual, ainda sugere pela continuidade desse movimento no curto prazo, uma vez que as escalas de abate seguem bastante confortáveis em grande parte do país. Pecuarista segue apreensivo com o aumento dos custos de produção da porteira para dentro.

Além disso, a movimentação cambial segue relevante, afetando o comportamento dos frigoríficos exportadores na compra de gado. A Administração Geral das Alfândegas da China (CGAC, na sigla em inglês) suspendeu as importações de duas unidades brasileiras de carne bovina e de um produtor de carne de frango, de acordo com um comunicado em seu site.

No mercado paulista, os preços do boi gordo e da novilha gorda abriram estáveis nesta manhã. No entanto, a pressão de baixa perdura e quedas não estão descartadas para os próximos dias. As escalas de abate confortáveis permitem que os compradores testem preços menores. 

A referência da vaca gorda caiu R$3,00/@ no comparativo diário, cotada em R$282,00/@, preço bruto e a prazo. Boi e novilha gordos estão cotados, respectivamente, em R$322,00/@ e R$317,00/@, nas mesmas condições.

Para o macho terminado com destino à exportação, o ágio é de até R$8,00/@, sendo que em março, esse valor chegou a R$ 35,00/@. A Agrobrazil, informou negociação de R$ 340/@ para novilhas padrão exportação em Jales, no estado São Paulo, com pagamento no prazo de dois dias abate para o dia 18 de abril.

Já o Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, fechou com uma queda de 2,76%. Sendo assim, após uma queda de R$ 9,30/@ no acumulado da semana, os preços saltaram de R$ 336,70/@ para o patamar de R$ 327,40/@. Veja o comportamento dos preços no gráfico abaixo.

Sendo assim, em São Paulo, conforme supracitado, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 318,28/@, na quinta-feira (07/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 303,89/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 303,67@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 315,50@.

China embarga por 1 semana 3 frigoríficos do Brasil

As suspensões durarão uma semana e entrarão em vigor a partir de 8 de abril, disse a GACC, sem dar uma razão para a mudança. A proibição diz respeito a uma unidade de carne bovina da JBS em Goiás, uma unidade de carne bovina da Marfrig em Mato Grosso e uma unidade de frango em São Paulo de propriedade de Zanchetta, que não é listada.

Os embarques de carne bovina in natura registraram desempenho recorde para o mês de março, cenário que seguiu sustentando as cotações do animal para abate.

Em março, foram exportadas 169,41 mil toneladas do produto in natura, um recorde para o mês, com avanços de 6,48% frente ao mês anterior e de 26,6% em relação ao mesmo mês de 2021, segundo dados da Secex.

Um olho no dólar e outro no gado

As indústrias frigoríficas que fornecem carne bovina ao mercado externo também seguem cautelosas, realizando apenas negócios pontuais, de maneira cadenciada.

“O recuo do dólar observado nos últimos dias acendeu um sinal de alerta aos exportadores, fazendo com que o fluxo de negociações de animais para exportação seja reduzido, pelo menos momentaneamente”, ressalta a IHS.

No mercado atacado, a lentidão na comercialização ainda prevalece, uma vez que distribuidores e varejistas tentam especular valores mais baixos pelos cortes de carne bovina, informa a IHS.

“A indústria segue na expectativa de uma retomada no consumo doméstico de carne bovina a partir deste final desta semana, estimulado pela entrada da massa salarial nas contas bancárias dos trabalhadores brasileiros”. Outro fator que também pode impulsionar as vendas de carne bovina no mercado doméstico é o crescente avanço nos preços das proteínas concorrentes, sobretudo da carne de frango, relata a IHS.

Giro do Boi Gordo pelo país

  • Na capital paulista, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 329.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301.
  • Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 306.
  • Em Uberaba (MG), preços a R$ 320por arroba.
  • Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 300 para a arroba do boi gordo.

Atacado

No mercado atacadista, o dia foi de preços mais altos para a carne bovina. Segundo Iglesias, o movimento já era aguardado, dada a boa reposição entre atacado e varejo no decorrer da primeira quinzena de abril, período que conta com maior apelo ao consumo.

“Além disso, o feriado de Páscoa na próxima semana é um importante motivador do consumo. No entanto, a preferência de importante parcela da população ainda recai sobre a carne de frango, algo compreensível em um ambiente pautado pelo lento crescimento econômico”, disse.

O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,60 por quilo, alta de R$ 0,20. A ponta de agulha teve preço de R$ 15,70 por quilo, alta de R$ 0,20. Já o quarto traseiro permaneceu precificado a R$ 23,50 por quilo.

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