Brasil alcança mais de 14 milhões de desempregados

Segundo os dados divulgados, o número de pessoas ocupadas subiu 2% e atingiu 86 milhões no trimestre encerrado em janeiro, aponta IBGE; Desemprego preocupa!

Após fechar 2020 no maior nível médio em oito anos, o desemprego manteve a trajetória de alta no trimestre encerrado em janeiro e passou a atingir 14,2% da população, percentual equivalente a 14,3 milhões de trabalhadores. Trata-se do maior número de desocupados para o período entre novembro e janeiro.

O percentual representa uma estabilidade em relação ao trimestre encerrado em outubro, quando a taxa de desocupação afligia 14,1 milhões. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (11,9 milhões de pessoas), houve alta de 19,8% (mais 2,4 milhões de pessoas desocupadas).

As informações fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgadas nesta quarta-feira (31), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A alta do desemprego ocorre em meio à saída de 720 mil da força de trabalho potencial, que soma as pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. Esse grupo foi estimado em 11,3 milhões de pessoas.

Empregados

Os dados apontam ainda para um aumento de 2% contingente de pessoas ocupadas, que chegou a 86 milhões. O número sinaliza 1,7 milhão de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em outubro.

“Apesar de perder força em relação ao crescimento observado no trimestre encerrado em outubro, a expansão de 2% na população ocupada é a maior para um trimestre encerrado em janeiro. Esse crescimento ainda tem influência do fim de ano, já que novembro e dezembro foram meses de crescimentos importantes”, afirma Adriana Beringuy, analista do estudo.

A maior parte do aumento na ocupação partiu da população informal. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado subiu 3,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um aumento de 339 mil pessoas no contingente que disse estar empregado.

Já os trabalhadores por conta própria sem CNPJ aumentaram em 4,8% no mesmo período, totalizando 826 mil pessoas a mais. Os trabalhadores domésticos sem carteira, após crescerem 5,2% frente ao trimestre anterior, somam 3,6 milhões de pessoas.

Salário

O rendimento médio recebido pelos trabalhadores caiu 2,9% na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2020 e foi estimado em R$ 2.521. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve estabilidade.

Com a variação, a massa de rendimento real habitual ficou estável na comparação com o trimestre anterior, sendo estimada em R$ 211,4 bilhões. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda de 6,9% representa uma redução de R$ 15,7 bilhões.

Agro responde por 22% dos novos empregos nos últimos 12 meses

O Brasil abriu 411.956 novas vagas de emprego nos últimos 12 meses (entre março de 2020 e fevereiro de 2021), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), alta de 1%.

Os dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira, 30, mostram ainda que os setores da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura responderam por 22% desse total, com mais de 94 mil empregos gerados.

Só em fevereiro deste ano, o agronegócio terminou com saldo positivo de 23.055 vagas, tendo desligado 63.787 pessoas e contratado outras 86.842.

No primeiro bimestre, o resultado é de 56.676, após 177.360 admissões e 120.684 desligamentos.

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