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Cenário é positivo para mercado do cavalo pantaneiro

A Associação Mato-grossense de Criadores de Cavalo Pantaneiro (AMCCP) realizará quatro grandes eventos neste ano e tem a perspectiva de retomada econômica

Apesar das perdas econômicas em 2020, o cenário deste ano é de otimismo entre os produtores da Associação Mato-grossense de Criadores de Cavalo Pantaneiro (AMCCP). Estão previstos quatro grandes eventos com o objetivo de ampliar a comercialização de animais, entre eles, duas feiras e dois leilões.

No ano passado, mesmo com as adversidades, a Associação conseguiu realizar duas provas (com julgamento e prova do laço – não abertos ao público) e dois grandes leilões virtuais com criadores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, movimentando cerca de R$ 2 milhões. O preço médio esteve em R$ 25 mil por reprodutores, acima de R$ 11 mil em fêmeas e cerca de R$ 8 mil pelos machos castrados – animais de trabalho.

Conforme o presidente da Associação, Leandro Pio, o trabalho continuará em 2021, com todas as precauções necessárias e sem exposições presenciais. Mesmo assim, devem ser realizadas duas provas e também dois leilões virtuais no primeiro e segundo semestre, com o envio de animais para todo o Brasil.

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Foto: Divulgação

“O trabalho feito por instituições como a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pantaneiro (ABCCP), criada em 1972, conjuntamente com as associações regionais, à qual faço parte em Mato Grosso, evitou a extinção da raça, por isso trabalhamos com programas específicos para a sua conservação em apoio aos criadores”.

O diretor da AMCCP, Breno Molina, do Haras Onça Pintana, descende de uma família em que avô e pai são pecuaristas de Poconé, região do Pantanal mato-grossense. Sua paixão pelos cavalos pantaneiros já rendeu alguns reconhecimentos nacionais, como melhor expositor da raça de Mato Grosso e 3º melhor criador do último ranking de 2019.

“Não tivemos notícia de criadores pantaneiros com perda de cavalos, mas houve um prejuízo econômico significativo a todo setor da pecuária, além de enfrentar uma seca histórica, em algumas propriedades mais de 90% do pasto foi consumido pelo fogo. É importante destacar que o pantaneiro é um criador que vive no Pantanal e preza pela natureza e pelo ecossistema”.

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Foto: Divulgação

Uma das grandes vantagens do cavalo pantaneiro é o seu valor genético. São animais de porte médio, ótimo desempenho funcional e agilidade em provas equestres (enduro e rédeas), com exemplares bem colocados em competições nacionais. Apesar disso, quase foram extintos devido a doenças e cruzamentos indiscriminados com outras raças.

Rústico e bonito – A característica marcante da raça pantaneira é a rusticidade, após várias gerações de seleção natural foram produzidos cavalos resistentes às condições mais inóspitas do interior do Brasil: em época de chuva ele consegue se alimentar mesmo em grandes áreas alagadas; e na seca trabalha bem em altas temperaturas e consegue cavalgar em solos muito quentes.

Breno Molina acrescenta ainda o porte e a beleza, que segundo ele, são conquistas mais recentes obtidas a partir de investimentos dos criadores em tecnologias de melhoramento genético.

“Nas últimas décadas, os produtores estão utilizando várias técnicas, como inseminação artificial, transferência de embrião e acasalamento direcionado, de modo a incorporar beleza à raça. O resultado mostra que hoje temos excelentes animais para o trabalho, resistentes e também muito bonitos, ou seja, o cavalo pantaneiro hoje une beleza e rusticidade, com o diferencial de ter uma qualidade excepcional para o trabalho e se adaptar a qualquer condição ambiental”.

O cavalo pantaneiro é o mais indicado para criação em quase todo o país e vem sendo bastante comercializado para estados do nordeste, entre eles se destaca o Maranhão, também para Goiás, Mato Grosso do Sul e países vizinhos, como a Bolívia. “A proposta da Associação é continuar com o trabalho de melhoramento genético, fornecendo ferramenta indispensável à pecuária de Mato Grosso e do Brasil”.

Números – Existem atualmente cerca de 5 mil cavalos pantaneiros puros registrados na ABCCP, com mais de 130 criadores associados, localizados em 21 subregiões. O número total estimado de equinos pantaneiros é 100 mil, o que revela uma grande quantidade de animais mestiços.

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