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Cuidados: Mastite reduz em até 18% a produção de leite

A infecção, mastite, também prejudica a qualidade do produto e, em casos mais graves, pode causar a morte de animais; Veja os cuidados com as vacas!

A pecuária leiteira é um importante setor para a economia brasileira, além de ser responsável pela produção de um bem tão nutritivo e importante para a nutrição das pessoas, o leite. Diante disso, é importante estar atento para fatores que trazem prejuízo para o animal e também para a atividade, como é o caso da mastite. Confira!

mastite reduz em até 18% a produção de leite das vacas, além de prejudicar a qualidade do produto e poder causar a morte dos animais. Hoje, a doença é um dos principais problemas que prejudicam a rentabilidade da atividade e muitos produtores não se dão conta disso.

A infecção é causada pela entrada de microrganismos nos tetos da vaca, geralmente durante a ordenha, e o tipo de microrganismos determina se é um caso de mastite contagiosa ou de mastite ambiental.

Os microrganismos causadores da mastite contagiosa costumam ser mais adaptados aos animais, causando infeções persistentes, mas sem sintomas clínicos graves. A transmissão se dá, principalmente, pela mão de ordenhadores e equipamentos contaminados após contato com outros animais infectados. Por isso, a desinfecção das mamas depois da ordenha ajuda a reduzir a disseminação no rebanho. O tratamento da vaca, ao fim da lactação, com antibióticos adequados para o período seco, elimina a maioria desses patógenos. As infecções causadas por bactérias contagiosas tendem a se apresentar na forma subclínica (leia mais abaixo) e a se tornarem crônicas.

Já no caso de mastite ambiental, como o próprio nome diz, a principal fonte de bactérias é o ambiente. Esses microrganismos são encontrados em todos os rebanhos, na água, fezes, materiais usados como cama e pele dos animais. As infecções tendem a se apresentar na forma clínica aguda e, algumas vezes, na forma hiperaguda, em que se observam febre, perda de apetite, desidratação e, ocasionalmente, morte do animal. Nesses casos, o tratamento é imprescindível para a recuperação do animal.

Mastite clínica

A forma clínica da doença é caracterizada por alterações visível no leite, como a presença de grumos, sangue e pus. Esses sinais podem ser acompanhados ou não por alterações no úbere (mamas), como inchaço, dor e quadro febril. Dependendo do microrganismo envolvido no contágio, pode haver um comprometimento sistêmico do animal, resultando em febre, desidratação, apatia e até morte; quadro chamado de mastite clínica aguda.

Foto: Senar

Sinais da mastite clínica

Grau 1: ocorrem apenas alterações no leite, como a presença de grumos ou pus, alterações de cor e/ou consistência principalmente nos primeiros jatos, perfeitamente observados ao teste conhecido como “teste da caneca de fundo escuro”, para melhor detecção de possíveis alterações.

Grau 2: além das alterações no leite, quando se examina a mama com as mãos, pode-se perceber dor, inchaço, local endurecido e parte da mama avermelhada.

Grau 3: além dos sinais anteriores, há comprometimento do organismo do animal. A vaca doente pode apresentar febre, perda de apetite, desidratação, entre outros sinais.

Outros sinais da mastite e o estado geral do animal somente poderão ser avaliados por um médico-veterinário. A presença desse profissional é importante para examinar detalhadamente a vaca doente, indicar o tratamento certo e evitar que a vaca perca a mama ou até mesmo morra.

Detecção da mastite clínica

As formas mais usadas para detectar mastite clínica são o teste da caneca de fundo escuro e a observação e contato com as mamas do animal.

Teste da caneca de fundo escuro

Deve ser feito todos os dias no leite de todos os quartos mamários, antes de cada ordenha.

Itens necessários:

  • Caneca telada ou caneca de fundo escuro;
  • Corda, caso a ordenha seja manual;
  • Detergente e papel-toalha;
  • Prancheta, papel e caneta (para anotações);

Teste

  1. Contenha a vaca;
  2. Lave as mãos com água e detergente e enxugue com papel-toalha;
  3. Retire os três primeiros jatos de leite;
  4. Observe o aspecto do leite, caso ele apresente coloração amarelada, presença de grumos ou pus, o animal está com mastite clínica;
  5. Jogue fora todo o leite que estiver na caneca.
Foto: Alcides Okubo Filho/Embrapa

Ao identificar alguma vaca com mastite clínica durante a ordenha, o retireiro deve lavar as mãos antes de ordenhar outro animal. A fêmea doente deve ser separada e receber tratamento adequado até a recuperação da mama, seguindo recomendações de um médico-veterinário. É importante que esse animal receba uma identificação, como uma corda de nylon no pescoço, e seja ordenhada por último nas próximas vezes.

Observação e contato com as mamas 

São exames visuais e de palpação da mama que identificam casos mais graves de mastite clínica.

  • Antes da ordenha: faça o exame visual da mama e verifique se existe algo diferente como vermelhidão, inchaço e aumento de tamanho. Examine com as mãos e verifique se a vaca sente dor quando alguma parte da mama é tocada; se a vaca não deixa ser ordenhada; se existe área endurecida ou mais quente.
  • Após a ordenha: examine com as mãos a parte interna de cada quarto mamário. Verifique se estão macios, se há formação de caroços ou de áreas endurecidas.

Mastite subclínica

De acordo com o médico-veterinário da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Guilherme Nunes de Souza, para cada caso de mastite clínica, ocorrem entre 20 e 50 casos de mastite subclínica. Essa forma da doença não causa alterações visíveis no úbere e no leite, então é necessário monitorar os animais.

A avaliação pode ser feita por meio de exames microbiológicos, que permitem identificar o padrão de infecção no rebanho. Sendo possível determinar o padrão de susceptibilidade aos antimicrobianos, o que pode auxiliar na escolha do antibiótico a ser usado na terapia da vaca seca.

Outra alternativa para se avaliar a situação da mastite subclínica é a contagem de células somáticas (CCS). Essas células estão presentes geralmente em pequeno número — até 50.000 ou mesmo 100.000 por mililitros, no úbere sadio.

Normalmente, considera-se que um animal com mais de 250.000 células somáticas tem grande probabilidade de estar infectado. Esses testes devem ser realizados por um técnico treinado para ler e interpretar os resultados.

Prevenção

Um dos fundamentos dos programas de controle da mastite é a identificação dos fatores necessários para a ocorrência de infecções da glândula mamária. Pode-se prevenir as infecções, por meio de intervenções estratégicas que impedem tanto a contaminação quanto sua disseminação entre os animais.

O programa de prevenção e controle da mastite deve incluir pelo menos os seguintes itens:

  • Higiene correta na pré e pós-ordenha;
  • Tratamento da vaca no momento da secagem;
  • Descarte de animais com infecção crônica;
  • Manutenção e higienização dos equipamentos de ordenha;
  • Alimentação adequada;
  • Manejo correto de dejetos;
  • Realização de exames na aquisição de animais;
  • Monitoramento da saúde da glândula mamária;
  • Condução dos animais para ordenha;
  • Adequação do ambiente;
  • Tratamento de casos clínicos

Compre Rural com informações do Canal Rural

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