Doria cumpre parcialmente acordo com produtores

Governo de João Doria será questionado, segundo os organizadores do tratoraço; pois não acreditam que o objetivo tenha sido deixado para trás após as negociações

Como noticiado aqui no CompreRural, o governo do Estado de São Paulo publicou nesta sexta-feira (15/1), no Diário Oficial, a revogação de decretos que aumentam a alíquota de ICMS sobre insumos agropecuários, produtos hortifrutigranjeiros, energia elétrica e medicamentos genéricos. A medida havia sido prometida pela gestão de João Doria (PSDB), mas ainda não havia sido oficializada. Ela foi tomada após críticas, pressão e protesto do setor agropecuário, que realizou um “tratoraço” em centenas de cidades na semana passada.

Por outro lado, o governo de São Paulo manteve o aumento de 1,3% no ICMS sobre o diesel e o etanol. As novas alíquotas entram em vigor nesta sexta-feira (15/1).

O leite cru e pausterizado, que estavam na proposta do governo para terem suas alíquotas revogadas, não foram incluidos na publicação de hoje.

Segundo o vice-presidende da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, disse que isso ainda será questionado ao governo do Estado ainda hoje, pois não acredita que o objetivo tenha sido deixado para trás após as negociações.

“Nós estamos detalhando, para verificar se não tem nenhuma vírgula em lugar não correto. Porém, voltou ao normal a inserção energia elétrica, insumos, hortifrutigranjeiro, incluindo ovos. Até agora, apenas o leite (não foi revogado). O restante, o governo aceitou, pois a preocupação foi para não aumentar o custo do alimento ao trabalhador e salvaguardar os pequenos e médios produtores”, explicou Meirelles.

“Existe a possibilidade de novas manifestações, o governo voltou atrás da sua posição inicial, mas estamos analisando juridicamente algumas cadeias produtivas que não foram atendidas. O próximo passo é agir através da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, junto aos deputados para que eles possam remover o artigo 22 da lei que foi criada. Nossa preocupação é que a qualquer momento o governador, por decreto, pode efetuar o aumento de impostos de qualquer cadeia produtiva. Estamos muito felizes pelo engajamento do produtor nessa causa, que não é só nossa, mas que atinge toda a sociedade” – Marcos Mazeti, Presidente do Sindicato Rural de Fernandópolis.

Apesar do recuo do governo, o artigo 22 do pacote de ajuste fiscal (Lei 17.293/2020) aprovado pela Assembleia Legislativa, que dá poderes ao governador de modificar o sistema de isenções sobre o ICMS, ainda segue em vigor.

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