Entrada de gado paraguaio no Brasil preocupa pecuaristas

Pecuaristas do Mato Grosso do Sul vêem com “muita preocupação” a entrada de gado paraguaio no Brasil, afirmação é de jornal

Os pecuarista do centro-oeste, mais especificamente do Mato Grosso do Sul, vêem a entrada de animais vivos do Paraguai com grande preocupação, porque consideram que a indústria frigorífica usará dessa informação para pressionar os valores pagos pela arroba.

O site de notícias paraguaio Valor Agro entrevistou José Pádua, membro da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (FAMASUL), e ele foi enfático em dizer que a importação dos animais vivos, vindos do país vizinho, “é uma questão muito complexa e que nos deixa preocupados” pois “afeta diretamente os pecuaristas sul-mato-grossenses“.

Essa semana, o ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai (MAG), Rodolfo Friedmann, confirmou que entrou em contato com seu colega brasileiro para ativar a comercialização de gado vivo, mas que até o momento não há resposta.

Ainda segundo o jornal, eles consideram que o Brasil não está disposto a liberar a entrada do gado paraguaio no país.

O membro da FAMASUL reconheceu que o nível de protocolos sanitários e a qualidade dos animais paraguaios é bem visível, mas que considerou que a comercialização de animais vivos entre os países também é uma questão política e deve ser avaliada em vários âmbitos.

E emendou: “Ano passado, quando houveram negociações entre os países, a indústria frigorífica quiz abaixar o preço pago pela arroba entre R$ 5 e R$ 10. O impacto foi impressionante e o desconforto devido à possível entrada de gado rapidamente se manifestou”.

O periódico paraguaio comentou que atualmente o preço do gado no MS é de US $ 2,30, enquanto em San Pablo é de US $ 2,56. Pádua apontou que “a importação de gado tem um impacto direto no preço pago ao pecuarista em nosso Estado , mas não mudará o preço em San Pablo”.

No Paraguai, algumas plantas frigoríficas estão comprando boi e novilhas por US $ 2,20 e vacas por US $ 2 por quilo no abate.

Ele também comentou que a JBS, que opera com sete unidades no Mato Grosso do Sul, estava interessada em comprar uma fazenda no Paraguai. Mas, devido a pandemia do Coronavírus, interrompeu essa semana as operações por 20 dias em duas unidades para avaliar o mercado interno de carne brasileiro.

Trocando em miúdos, Pádua disse que “não adianta pensar em importar gado vivo quando as operações vão diminuir, reduzindo ainda mais a compra interna”, em tempo de oferta e demanda equilibrados.

No Mato Grosso do Sul, as indústrias abatem aproximadamente 4 milhões de cabeças por ano, com tendência de leves altas nos últimos 10 anos, e encerra “se olharmos para a última década, o abate de animais aumento entre 10 e 12%.

Adaptado de valoragro.com.py

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