Ex-mulher e filhos de Picciani travam guerra por herança

Jorge Picciani deixou um patrimônio estimado em meio bilhão de reais. A ação, mantida em segredo de Justiça, envolve disputas acirradas por ativos que incluem fazendas, gado, imóveis e até mesmo um jatinho.

No corredor da 1ª Vara de Família do Rio de Janeiro, uma batalha judicial está sendo travada pelos herdeiros do falecido ex-deputado estadual Jorge Picciani, que deixou um patrimônio estimado em meio bilhão de reais. A ação, mantida em segredo de Justiça, envolve disputas acirradas por ativos que incluem fazendas, gado, imóveis e até mesmo um jatinho.

O epicentro da disputa é a Agrobilara, uma holding com sede em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Com seis fazendas distribuídas por Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro, usadas para criação de gado nelore, e 23 imóveis, incluindo uma cobertura em Ipanema e um terreno na Barra da Tijuca, a empresa é alvo de uma complexa disputa entre os herdeiros .

Além disso, a Agrobilara ostenta um jatinho para oito passageiros, cinco picapes, três caminhões, três tratores e controla a mineradora Coromandel, com um capital social de expressivos R$ 27 milhões.

A década que antecedeu a morte de Picciani foi marcada por uma divisão prévia da Agrobilara. O ex-deputado, seus três filhos do primeiro casamento e sua ex-mulher possuem, cada um, 20% da empresa. Contudo, um novo capítulo foi adicionado à narrativa quando Picciani se casou novamente e teve um filho com Hortência da Silva Oliveira, sua última esposa.

Hortência, agora viúva, alega que seu filho, fruto do casamento com Picciani, também tem direito à herança, que foi repartida antes mesmo de seu nascimento. O advogado de Hortência, Davi Salles, declarou à revista Veja: “A divisão das cotas comprovadas, na prática, é uma antecipação da herança que jamais foi revista depois do nascimento de novos herdeiros“.

A viúva sustenta que os três filhos mais velhos de Picciani desejam que ela receba apenas “uma espécie de esmola“. Em resposta, os filhos argumentaram que Hortência apresenta uma interpretação equivocada do Direito Sucessório e Societário, chegando a acusá-la de má-fé.

Após a morte de Picciani, os três herdeiros mais velhos recusaram-se a arcar com as despesas da mansão na Barra da Tijuca, levando Hortência a se mudar para um apartamento de dois quartos. Apesar de ter recebido uma pensão de R$ 25 mil por dois anos, o pagamento foi suspenso quando ela decidiu levar o caso à Justiça.

Em resposta às acusações, Rafael, Leonardo e Felipe afirmaram que todas as etapas do inventário foram rigorosamente cumpridas, com destaque para a participação do Ministério Público. No entanto, ressaltaram que detalhes adicionais não serão fornecidos devido ao segredo de justiça e à presença de herdeiros menores.

Jorge Picciani, condenado a 21 anos de prisão por corrupção, propina e lavagem de dinheiro, foi alvo de duas operações da Lava-Jato. Após passar para o regime domiciliar devido a um câncer de próstata, faleceu pouco tempo depois de deixar a prisão aos 66 anos.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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