Fontes afirmam que Plano Safra ultrapassará R$ 510 bilhões

O Plano Safra, cujo lançamento está marcado para a próxima quarta-feira (26), será o mais ambicioso da história do país.

Nesta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança o aguardado Plano Safra 2024/25, marcando um marco histórico com recursos projetados que devem superar os R$ 510 bilhões. Essa iniciativa representa um aumento significativo em relação aos R$ 435,8 bilhões disponibilizados na safra anterior.

A proposta inicial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugeriu um valor ainda maior, de R$ 570 bilhões, destinando R$ 470 bilhões para médios e grandes produtores e R$ 100 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No entanto, ajustes finais estão sendo deliberados pelos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Fazenda, Fernando Haddad, antes do anúncio oficial.

A expectativa do setor produtivo gira em torno das condições de crédito, com ênfase na redução das taxas de juros, especialmente para práticas sustentáveis e recuperação de pastagens. A necessidade de equilibrar recursos e taxas atrai a atenção, dado o contexto econômico desafiador e a pressão por margens apertadas.

Contudo, o contexto fiscal limitado pode resultar em concessões menores do que o solicitado, mantendo o equilíbrio entre volume de recursos e sustentabilidade fiscal.

O cenário climático adverso no Rio Grande do Sul, embora preocupante, não deve influenciar condições especiais imediatas no Plano Safra, embora um plano de recuperação específico esteja em discussão para atender às necessidades emergenciais da região.

Apesar dos desafios, o lançamento do Plano Safra 2024/25 representa um ponto crucial para o setor agrícola brasileiro, prometendo apoiar tanto pequenos quanto grandes produtores em um momento de mudanças econômicas e climáticas significativas.

Juros x volume de recursos

O Ministério do Desenvolvimento Agrário está focado na redução das taxas de juros no Plano Safra 2024/25, mesmo diante da necessidade de aumentar o montante de recursos disponíveis para o Pronaf. A expectativa é que o orçamento supere os R$ 71,6 bilhões da safra anterior, mas não alcance os R$ 80 bilhões. Existe um “trade-off” claro entre reduzir as taxas finais para os produtores e o custo fiscal da equalização pelo Tesouro Nacional.

Por outro lado, o Ministério da Agricultura explora alternativas para suplementar o orçamento de equalização de juros, incluindo linhas de crédito privado em parceria com o BNDES. A mudança na curva de juros futuros, influenciada pela estabilidade na taxa Selic, pode impactar a redução das taxas no Plano Safra 2024/25, especialmente em investimentos agrícolas.

Especialistas preveem desafios como margens apertadas, taxas de mercado mais altas e pressões adicionais por renegociações de dívidas e aumento de custos operacionais. A definição final das políticas de crédito e recursos depende das decisões da equipe econômica, considerando as limitações fiscais e as demandas do setor agropecuário.

Evento cancelado em MT

O lançamento do Plano Safra em Mato Grosso, na cidade de Rondonópolis, que estava programado para a semana passada e visava a reaproximação de Lula com o agronegócio, foi cancelado após confirmação inicial por Carlos Fávaro em uma rede social. Este evento seria estratégico, especialmente considerando a alta aprovação que o ex-presidente Jair Bolsonaro detém na região.

Como resultado do cancelamento, o programa será agora lançado em Brasília, no Palácio do Planalto, durante esta semana.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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