Frigoríficos derrubam preço da arroba, hora de vender?

Frigoríficos derrubam preços de compra da arroba do boi em até 20 reais, mas negócios travam; Férias coletivas e pressão nos preços do boi gordo.

Com dificuldade em escoar a carne no mercado e o avanço do coronavírus no Brasil, as indústrias frigoríficas começaram a ofertar valores R$ 20,00 a menos para a arroba do boi gordo. Contudo, a oferta de animais ainda segue restrita na maioria das regiões produtoras e os pecuaristas contam com pastagens de boa qualidade. 

De acordo com o analista de mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, as referências registraram um recuo nas cotações da arroba. “A queda nas cotações ainda não está efetivado, pois acompanhamos o aplicativo que faz uma coleta dos preços a nível mundial. Até o momento, não tem confirmação de que os frigoríficos conseguiram confirmar essa queda no preço ofertado”, relata. 

Na semana passada, os preços praticados no estado de São Paulo estavam próximos de R$ 200,00/@ a R$ 205,00/@.”Tem lotes de animais que foram abatidos na segunda-feira e foram negociados  a R$ 200,00 por arroba, mas que foram comercializadas a uma semana atrás. Hoje, as indústrias estão ofertando R$ 180,00/@ no estado de São Paulo”, comenta. 

Em função da disseminação do coronavírus no Brasil, as indústrias frigoríficas estão enfrentando problemas no escoamento de carne bovina no mercado doméstico. “Diante disso, os países estão fechando as fronteiras, mas a China está voltando ao mercado com um rimo ainda lento devido a falta de containers”, aponta. 

O analista aponta que a tendência é que os preços devem  registrar desvalorizações diante do cenário de pandemia. “Pode até ser que tenha uma alta em função de um pico de demanda já que as pessoas estão assustadas. No entanto, esse pico não deve se manter ao longo do mês. Eu não acredito que a pecuária vai passar ilesa com essa situação”, explica Junqueira.

Com relação ao fechamento dos portos brasileiros, os estivadores receberam informações e optaram por não ir trabalhar nesta quarta-feira (18). “Talvez pode entrar uma força policial e do exército para não deixar que as atividades no porto para não prejudicar o abastecimento, pois isso só pode agravar a situação. Por isso, eu acredito que isso dificilmente pode acontecer ”, informou.

Segundo Safras&Mercado

“O grande ponto de interrogação está na decisão de venda do pecuarista, pois a pastagem permanece em boas condições, e a retenção ainda pode ser adotada como estratégia recorrente”, disse Iglesias.

  • Em São Paulo (capital), os preços do mercado à vista caíram de R$ 193 para R$ 185 a arroba.
  • Em Uberaba (MG), houve recuo de R$ 189 para R$ 180 a arroba.
  • Em Dourados (MS), os preços ficaram em R$ 179 a arroba, ante R$ 189 no dia anterior.
  • Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 185 para R$ 187 a arroba.
  • Já em Cuiabá (MT), o preço diminuiu de R$ 182/R$ 183 para R$ 178 por arroba.

Scot Consultoria: Mercado do Boi Gordo está sem referência

Nos dois primeiros dias dessa semana a quantidade de negócios foi praticamente nula e, hoje, quarta-feira, parte das indústrias abriram as compras ofertando preços profundamente abaixo da referência.

Ofertando R$20,00/@ abaixo da referência de sexta-feira (dia 13), último dia com volume considerável de negócios, a retração de ofertas ficou evidente. Compras somente de micro lotes.

Reiteramos que as cotações grafadas na tabela de preços dizem respeito ao mercado do dia 13. O volume de negócios vigente foi insuficiente para estabelecer uma referência de preço. 

Ofertas e compras

Em São Paulo, houve negócios em R$180,00/@, à vista e livre de Funrural, desvalorização de 11% frente a referência de sexta-feira última, ou queda de R$20,00/@. Vale ressaltar que, nesse caso, o volume de compras foi extremamente baixo.

Esse cenário também foi observado em outras regiões pecuárias, tais como no Pará, Mato Grosso do Sul e Tocantins, por exemplo, porém, assim como em São Paulo, o volume de compras foi irrisório.

Contra ponto

O quadro, de escalas enxutas, associado ao baixo volume de negócios efetivados nos últimos dias, tem desabastecido os estoques e repercutido no suprimento do mercado varejista.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “Sob o ponto de vista fundamental, a dinâmica de mercado pouco mudou, com expectativa de redução dos preços no curto prazo. Os frigoríficos passam a se deparar com encurtamento das escalas de abate. No entanto, não há sinais de reação dos preços, tanto da carne bovina quanto do boi gordo neste momento”, afirmou Iglesias.

O corte traseiro teve preço de R$ 14,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,50 por quilo.

Compre Rural com informações do Notícias Agrícolas, Safras&Mercado, Scot Consultoria e Agrobrazil

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