Óleos funcionais e sua utilização como aditivo alimentar o gado

Intensificação produtiva do rebanho brasileiro levou a necessidade de novas alternativas aliadas ao maior desempenho animal

Com a demanda mundial crescente por produtos de origem animal e o aumento considerável nos níveis de exportações de carne no Brasil nos últimos anos, a intensificação produtiva do rebanho brasileiro levou a necessidade de novas alternativas aliadas ao maior desempenho animal.

A utilização de substâncias introduzidas na ração, como opção de manipulação ruminal oferece alternativas para aumentar a eficiência das dietas consumidas em animais de alta produção. Atualmente existe uma grande variedade de aditivos alimentares com potencial para influenciar componentes do metabolismo do rúmen, com potenciais de melhorar a conversão alimentar e reduzir as perdas durante o processo no rúmen.

Os óleos essenciais tem sido objeto de estudo na nutrição de ruminantes. Todo tipo de óleo interfere no funcionamento ruminal, dependendo da quantidade utilizada e do tipo de óleo o resultado será mais ou para menos. A produção de óleos essenciais é por meio do metabolismo secundário das plantas, são obtidos de óleos e extratos de plantas. Os óleos funcionais são todos os óleos que além da sua propriedade energética também apresenta outra função, como propriedades antiiflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas, dentre outras.

Atualmente há uma busca por estratégias para otimizar a eficiência alimentar e a produção animal, os óleos funcionais vêm sendo utilizados em estudos de diferentes dietas. A utilização dos óleos funcionais é uma alternativa que aumenta a segurança alimentar.
O uso de óleos funcionais e extratos vegetais como aditivos em dietas de ruminantes, potencializa os ganhos no desenvolvimento produtivos destes animais, através da manipulação da fermentação ruminal, alterando os microrganismos presentes no rúmen, tornando a síntese da digestão mais eficiente, diminuindo as perdas energéticas e também a redução dos gases nocivos.

A inclusão de aditivos alimentares, obtidos a partir de óleos funcionais é uma estratégia nutricional em substituição aos antibióticos, onde exercem funções semelhantes na prevenção, minimização dos distúrbios do metabolismo ruminal.

Os estudos mostram que diante das características encontradas nos OF a utilização para manipular a fermentação ruminal é possível por meio da modulação seletivas microbianas no rúmen, como substituto aos ionóforos. Diante os diversos mecanismos de ação dos OF, estes podem administrados com combinações de óleos de plantas com princípios ativos diferentes para alcançar melhores resultados (CONEGLIAN, 2009).

Os óleos funcionais tem resultados positivos de melhorias na fermentação ruminal, com diminuição de acetato/proprionato, redução de metano e lactato. E seus efeitos podem ser semelhantes aos antibióticos, controlando as bactérias no rúmen, por meio de uma seleção das bactérias eficazes e que promovem o melhor aproveitamento dos alimentos, menos perdas energéticas, menor desordem fisiológica e digestiva (TORRENT, 2012).

Os OF têm sua atividade antioxidante relacionada, principalmte a presença de compostos fenólicos. As substâncias como flavonóides e terpenóides também possuem atividade antioxidante. Esses compostos são importantes e impedem a propagação do processo oxidativo, e atuam como neutralizador dos radicais livres, como a mamona, óleos de palma, de oliveira, dentre outros (HUI, 2006).

Os óleos funcionais também exercem funções na conservação dos alimentos, característica essa comum à produção de silagem. Com a possibilidade de controle de microrganismos indesejáveis na produção, que visa conservar a forrageira, por apresentar agente antifúngico e bactericida, representando assim uma alternativa aos sistemas de produção de ruminantes.

A maioria de relatos na literatura sobre os óleos funcionais para ruminantes advém de estudos que foram utilizados in vitro. Alguns estudos in vivo, já avaliaram a eficácia em manipulação ruminal, utilização de nutrientes e desempenho.

Com o cenário de produção atual o uso de aditivos naturais em substituição aos ativos químicos, principalmente em sistemas intensivos de produção é uma tendência em todo mundo, por se tratar de substâncias bioativas que não oferecem riscos de resíduos em produtos finais de consumo, como leites, carne e derivados. Tonando a síntese de produtos provenientes da digestão no rúmen mais eficiente, bem como na redução de gases nocivos, inibem determinados microrganismos (bactérias gram-positivas, metanogênicas e protozoários) reduzindo o acúmulo de amônia e a produção de metano. E já demonstraram em experimentação seu potencial antimicrobiano e antioxidante na alimentação de ruminantes.

Autores:

Daisa Mirelle Borges Dias, Medica Veterinária pela Universidade de Rio Verde – UniRV, Rio Verde, GO, Técnica em Zootecnia – IF Goiano, Rio Verde, GO, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano – campus Rio Verde, GO.

Felipe Pereira Cunha – Engenheiro Agrônomo pelo Centro Universitário de Mineiros – Unifimes, Mineiros, GO, Mestrando em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO, Bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG.

Cristiele Dayane Cardoso dos Santos – Médica Veterinária pela Uniceplac – Gama, DF, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO, Bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG.

Chrystiaine Helena Campos de Matos – Licenciada em Química pelo IF Sudeste MG – Barbacena, MG, Mestranda em Agroquímica pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO.

José Ricardo Gouveia Capanema – Ciências Biológicas pela UEMG – Mestrando em Zootecnia pelo IFGoiano Rio Verde, GO.

Sabrina Ferreira Gonçalves – Engenheira Civil pela Universidadede Rio Verde- UniRv, Rio Verde, GO.

Charllys Richellyher da Silva – Biólogo pelo Instituto Federal goiano campus Rio Verde – Rio Verde, GO.

Kátia Cylene Guimarães, Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, Doutora em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, Professora do Instituto Federal Goiano Campus Rio Verde – GO.

Marco Antônio Pereira da Silva, Zootecnista pela Escola Superior de Ciências Agrárias de Rio Verde, Mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Doutor em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás, Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Rio Verde, GO.

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