Preço de R$ 301 com “guerra” entre indústria e pecuarista

Valores seguem acima de R$ 300, mesmo com uma maior fluidez dos negócios, os frigoríficos não conseguem exercer pressão sobre o mercado!

O mercado físico de boi gordo teve preços estáveis nesta quinta-feira, 11. A Indústria e Produtor travam disputas pelo preço da arroba em um mercado pouco ofertado. Diante desse cenário, a pouco o que se ajustar nos patamares de preços, complicando ainda mais a vida da indústria nesse momento.

O pé no freio dos frigoríficos, diferentemente dos dias anteriores, surtiu algum efeito nos preços da arroba, que recuaram em algumas regiões importantes do País, embora em baixa intensidade. Por outro lado, o pecuarista se une para cadenciar as vendas e conter ainda mais as ofertas de boi gordo, que já estão escassas.

Segundo a Scot Consultoria, pelo nono dia consecutivo, a cotação da arroba do boi gordo ficou estável na comparação feita dia a dia, negociada em R$ 302,00, preço bruto e a prazo. 

Os preços da vaca e da novilha gordas também seguiram estáveis na comparação diária, negociadas, respectivamente, em R$ 285,00/@ e R$ 295,00/@, preços brutos e a prazo.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 298,92/@, na quinta-feira (11/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 285,17/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 287,37/@.

Já o indicador do Cepea, voltou a apresentar valorização de 1,27% e elevou o patamar de preço na praça paulista para o valor de R$ 301,20/@. Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na quarta-feira (10/2), o Indicador CEPEA/B3 (mercado paulista, à vista) atingiu R$ 299,95, aumento de 12,3% na parcial deste ano (período entre 30 de dezembro de 2020 e 10 de fevereiro de 2021).

Alerta

No interior do Estado há relatos de unidades de abate que foram paralisadas temporariamente (férias coletivas) e só devem retornar ao final de fevereiro. Outras indústrias de São Paulo conseguiram complementar as suas escalas de abate com lotes de outros Estados e saíram das compras locais de gado, acrescenta a consultoria.

“Os frigoríficos temem uma queda nos preços da carne bovina, o que impactará ainda mais as suas margens, que continuam apertadas e, em alguns casos, negativas”, relata a IHS.

Os pecuaristas buscam também cadenciar as suas ofertas de boiadas ao mercado, devido aos elevados custos de produção impactados pelos altos preços de gado de reposição, bem como pelos maiores gastos com nutrição animal, observa a IHS Markit.

Abates recuam no ano passado

Na comparação anual, houve queda de 10,3% no número de animais abatidos durante o último trimestre de 2020. Com relação a produção de carcaças, foi computado 1,96 milhão de toneladas produzidas entre outubro e dezembro de 2020, uma baixa de 6,5% quando comparado ao quarto trimestre de 2019 e recuou de 4,6% em relação ao trimestre anterior.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 304 – R$ 305.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294, estável.
  • Em Cuiabá, o preço ficou em R$ 295.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, a arroba do boi gordo foi negociada por R$ 302 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Mas, conforme Iglesias, o fato é que mesmo na primeira quinzena do mês não há apelo ao consumo que justifique movimentos mais pujantes de alta.

“O recente comportamento das proteínas concorrentes oferece a confirmação do processo de transferência da demanda, com a carne bovina perdendo espaço para a carne de frango e carne suína. Ressaltando: o consumidor médio não tem mais condições para absorver novos reajustes da carne bovina”, disse Iglesias.

Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,60 o quilo, enquanto a ponta de agulha seguiu em R$ 15,60 o quilo.

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