Criador do PR lucra R$ 800 mil com embarque de 3,7 mil bois; Na primeira exportação de gado vivo do Paraná, os animais foram embarcados por Antonina (PR) e São Sebastião (SP).
O pecuarista José Soares Cardoso Neto, de Jataizinho, norte do Paraná, entrou para a história ao realizar o primeiro embarque de gado vivo do Estado em julho deste ano. O produtor enviou 3.780 animais angus meio sangue para a Turquia e obteve lucro de R$ 800 mil apenas com embarque de um navio.
“O Paraná tem tudo para ser exportador de gado vivo e tem um rebanho muito melhor. Os compradores turcos disseram que foi o melhor gado que eles já adquiriram do Brasil”, comemora Cardoso. Para atender à demanda turca, o pecuarista reuniu animais de outros 60 produtores para completar a carga. Do total, 1.500 animais eram próprios e o restante veio do Rio Grande do Sul e de outros criadores paranaenses
O contrato realizado com uma exportadora franco-italiana envolveu o pagamento de R$ 6,10 por quilo de engorda dos bois durante os 36 dias de preparo até a data de embarque. Segundo o pecuarista, os animais chegaram com cerca de 210 quilos e foram enviados para a Turquia com 270 quilos. “Conseguimos vender bezerro a preço de boi gordo!”, conta.
O ganho só não foi maior porque a exportação foi questionada pelo Ministério Público do Paraná, que obteve uma liminar impedindo o embarque pelo porto de Antonina.
O imbróglio levou ao cancelamento de oito dos nove navios contratados pelos importadores, que tiveram que ser transferidos para o porto de São Sebastião, em São Paulo, a um custo logístico bem maior.
No total, foram 11 dias de transporte da estação de pré-embarque, em Antonina, até o porto paulista – bem acima dos oito dias previstos para o embarque pelo próprio Paraná.
Mesmo com as dificuldades, Cardoso continua animado com a possibilidade de exportar gado vivo. Após investir R$ 3 milhões em uma estação de pré-embarque própria, a única do Paraná, ele abriu sua própria exportadora.
Agora, o plano é dobrar a capacidade de produção própria de bezerros no Paraná, trazendo 2,5 mil vacas do norte do país e reduzindo a dependência em relação aos frigoríficos.
“Ficar na mão dos frigoríficos é horrível. Temos que ter essa opção”, explica.
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Para 2020, o pecuarista já possui contrato com pelo menos dois clientes turcos para o envio de cerca de mil cabeças. “Estamos apenas esperando estabilizar o preço do boi e o fechamento da fronteira sanitária do Paraná, quando o preço deve subir um pouco, para fazer novos contratos”, revela o produtor. O objetivo, conta, é realizar o embarque de pelo menos dois navios ao ano.
Fonte: Globo Rural