Produtores estão a beira da falência, e agora?

A maioria dos pequenos produtores está à beira da falência’, diz Daoud; Segundo ele, o governo precisa dar maneiras de garantir a renda para o produtor rural e definir o que se espera do agro brasileiro.

A agricultura familiar foi tema de discussão nesta quinta-feira em Brasília após o presidente Jair Bolsonaro exibir aos seus ministros o vídeo de um produtor rural que resolveu deixar o campo por causa do custo elevado de produção na cidade de Caldas Novas, em Goiás.

“Não adianta mais eu ser ajudado agora. Muitos tentam viver na roça, que é o sonho de muitos brasileiros, mas não conseguem”, lamentou o agora ex-produtor rural Adher Lúcio, que agora ganha a vida como atendente em uma loja.

Para o comentarista Miguel Daoud, essa história é apenas um dos muitos exemplos de pequenos produtores que sofrem para sobreviver no Brasil.

“A maioria dos pequenos produtores está à beira da falência. A gente vem aqui nessa ‘trincheira’ defendendo com unhas e dentes o pequeno produtor, pois é ele que vive uma situação muito ruim. Não é incomum que deixem as atividades no campo para cair na rede de proteção social nas cidades”, analisou.

Segundo ele, o governo precisa dar maneiras de garantir a renda para o produtor rural. “A produção está disseminada no Brasil. Afinal, pois quando se garante renda, a cidade e o comércio se beneficiam. Agora, o que é complicado é essa política econômica neoliberal que funciona para algumas coisas, mas para outras não funciona”, disse.

Para amenizar o problema para os pequenos o produtores, segundo Daoud, o governo deveria definir o que ele espera da agropecuária. “É um plano que depende de todos. Resolver o problema do Brasil é praticamente impossível, porque o PT deixou o país arrebentado. É preciso criar um ambiente que traga para o presente um ambiente mais promissor”.

Brasil perdeu quase 13% das fazendas leiteiras

O número de propriedades rurais que atuam na produção de leite caiu de 1,35 milhão para 1,18 milhão entre 2006 e 2017, recuo de 12,92%, segundo o último Censo Agropecuário, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro.

A quantidade de vacas ordenhadas também recuou neste período, de 12,71 milhões para 11,51 milhões de animais, o que representa queda de 9,47%. Apesar disso, o volume captado aumentou 46,62%, graças ao salto de produtividade.

A região Sul foi a que mais sentiu a queda de fazendas leiteiras, cerca de 30,4% deixaram a atividade. Em 2006, os estabelecimentos totalizavam 413,8 mil. No último levantamento, eram 288 mil. O rebanho, no entanto, aumentou 1,72%, de 2,44 milhões para 2,49 milhões de vacas.

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