Proibido o uso de bastão elétrico no manejo de suínos

A medida faz parte de uma série de normas de bem estar animal na criação de suínos publicada nesta sexta-feira (18/12) pelo Ministério da Agricultura.

Presença nos vídeos de entidades de proteção animal, o bastão elétrico usado para conduzir animais até o abate passará a ser proibido no Brasil a partir de fevereiro do ano que vem. A medida faz parte de uma série de normas de bem estar animal na criação de suínos publicada nesta sexta-feira (18/12) pelo Ministério da Agricultura.

A instrução normativa nº 113 inclui ainda normas sobre o alojamento dos animais, a lotação local desses e traz um capítulo específico para tratar de “procedimentos dolorosos”, como a castração e o corte da cauda.

“São proibidas condutas agressivas para com os suínos, um exemplo de, mas não limitado a, rampas, arraste de animais conscientes, erguer ou puxar animais pelas orelhas, rabo ou outras partes relacionadas”, afirma a norma.

No caso da castração cirúrgica, conforme necessário até 1º de janeiro de 2030 para utilização de analgesia e anestesia, independentemente da idade do animal – que também deve ser aplicado em outros procedimentos cirúrgicos.

A instrução normativa restringe o corte da cauda e proíbe o corte de dentes, manejos usados ​​para evitar automutilação dos animais. Na identificação, as novas regras vedam o uso da mossa, técnica que consiste em fazer furos nas orelhas dos animais.

Outra regra é que “empresas integradoras de criação de suínos e os produtores devem possuir planos de contingência para o caso de falha nos sistemas de energia, água e alimentação, bem como desastres naturais e eventos adversos, um fim de não comprometer a saúde e bem -estar dos animais ”.

A normativa ainda define critérios para depopulação e eutanásia dos animais. “Os suínos devem ter acesso a um ambiente enriquecido, para estimular as atividades de investigação e manipulação e reduzir o comportamento anormal e agonístico”, define o texto.

Em nota, o Ministério da Agricultura afirmou que “as orientações estão alinhadas com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) para a produção de suínos, dando respaldo para exportações e relacionadas internacionais, além de niveladas com as demandas nacionais em relação ao tema ”.

“A preparação da norma contada com uma colaboração de entidades na área de pesquisa, associações representativas do setor produtivo de suínos, técnicos, agroindústrias, organizações não governamentais de proteção animal e especialistas dedicados às atividades inerentes à gestão e manejo de animais, com larga experiência , na aplicação de boas práticas respeitando os quesitos relacionados ao bem-estar animal ”, afirma a pasta.

Adaptação

De acordo com o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, os produtores e os frigoríficos que atendem o mercado externo e construídos na última década já segundo as normas definidas pela OIE, com regras necessárias dependendo de qual país atendem.

“Quem ainda não está dentro dessas normas é o produtor menor. E, casos, ou ele constrói um novo galpão dentro das normas de bem-estar animal ou abandona a atividade ”, explica o presidente da ACCS. Ele estima que cerca de 30% dos produtores de Santa Catarina precisarão realizar adaptações para atender as novas normas.

“Vai ter um trabalho, sim, um ser feito. Essa instrução normativa era algo que já estava esperando, mas estava em discussão qual o modelo adotar. Eu sempre defendi que o Brasil tinha que criar o modelo dele. Claro que temos que respeitar que a OIE pede, mas dentro da nossa tropicalização. Agora é correr atrás da máquina ”, afirma.

O presidente da ACCS estima em até dois anos o tempo necessário para que os alunos se adaptem à instrução normativa. Santa Catarina é o maior produtor de carne suína do Brasil.

Fonte: Globo Rural

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