Super Touros: Grandes raçadores que fizeram história

A dor de perder um touro é doloroso para o criador, mas quando o valor do sêmen desse animal dispara, isso pode ser um grande alívio.

Os reprodutores (abaixo) são os pais ou avôs maternos das principais matrizes da atualidade. Embora não estejam mais entre nós, estes touros são parte da história da pecuária nacional. O legado que deixaram ultrapassa o tempo que permaneceram vivos. Eles tornaram-se verdadeiros marcos tanto na questão genética quanto para seus proprietários.

 ANIMAIS QUE FIZERAM HISTÓRIA

  1. Backup
  2. Big Ben da Santa Nice
  3. Fajardo, da Agropccuária J. Galera
  4. Gim de Garça
  5. Meteoro de Brasília
  6. 1646 da MN
  7. Fardo FIV F. Mutum
  8. CA Sansão

Esses touros se tornaram marcos na pecuária por transmitir características de importância econômica às suas progênies.

Backup

Touro Backup
Foto: Divulgação

Backup, destaque da bateria Nelore da CRV Lagoa, recordista de produção de sêmen com quase 1 milhão de doses produzidas e comercializadas e mais de 450 mil produtos nascidos. O reprodutor também foi líder das avaliações genéticas nos diferentes sumários, tornando-se um ícone das provas.

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Proveniente do núcleo PO da seleção da Agro-Pecuária CFM, Backup tem linhagem paterna IZ e Golias e conta com mais de 25 mil filhos avaliados no Sumário PAINT Consolidado 2015. Com MGT de 19,57 na ANCP 2015, além de 9.824 filhos avaliados em 197 rebanhos.

“Backup foi o divisor de águas do Nelore moderno, sendo referência nas características econômicas de produção com eficiência. Além de todos os recordes atingidos, ele é considerado como o grande avô materno da atualidade. Suas filhas são de elevada habilidade materna e verdadeiras mães para as suas crias. Na crescente necessidade por fêmeas de reposição, a linhagem Backup é a fonte confiável para todos os rebanhos. Seu nome ficará gravado na história da pecuária nacional” ressalta Ricardo Abreu, gerente de Contas Corte da CRV Lagoa.

Fajardo, da Agropecuária J. Galera

Touro Fajardo da JB
Touro Fajardo, com o funcionário Antonio Dias em 1996 / Foto: ABS Pecplan

O exemplo mais recente é o do touro Fajardo, da Agropecuária J. Galera, que morreu este ano com 16 anos de idade. O reprodutor da raça nelore é recordista brasileiro de produção e comercialização de doses de sêmen. Foram 460 mil doses, entre sêmen convencional e sexado. “O Fajardo contribuiu para democratizar a genética. Tem mais de 270 mil filhos. Suas filhas são muito longevas, quanto mais velhas, melhores mães se tornam”, diz Ricardo Abreu, gerente de produto zebu corte da Central de Inseminação da Lagoa. A dose do sêmen do reprodutor estava sendo vendida por R$ 350, mas agora a central e o criador estão discutindo um novo preço. “O valor deve, no mínimo, dobrar”, diz Abreu.

Big Ben da Santa Nice

Touro Big Ben da Santa Nice
Foto: apoiogenetica.com.br

Outro grande ícone é o touro Big Ben da Santa Nice, reprodutor da raça nelore que comercializou mais de 270 mil doses de sêmen pela ABS Pecplan “A procura pelo sêmen do Big Ben foi muito grande porque suas progênies se destacavam muito em pista”, diz Gustavo Moralles Brito, gerente de produto zebu corte da ABS Pecplan. Não é para menos, o touro foi campeão da Expoinel em 1999, da Expozebu em 2000 e três vezes eleito o melhor reprodutor do ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).

Meses antes de morrer, fraturou o joelho, o que levou muitas pessoas a comprar seu sêmen. “Lembro que chegamos a vender 5.000 doses por três meses seguidos a um valor de R$ 85 cada”, diz Antônio Grisi, proprietário da fazenda Santa Nice. Quando o Big Ben morreu, muita gente que tinha o sêmen vendeu por mais de R$ 1 mil a dose. A ABS Pecplan comercializou por R$ 700.

1646 da MN

Touro 1646 da MN
Foto: Divulgação
A história do touro nelore 1646 da MN é outra para lá de emblemática.

O reprodutor, que tem o material genético comercializado pela Lagoa, não pertence às chamadas grandes famílias e nem ganhou fama por ser um campeão de pista. Mas por ser fechado na linhagem Lemgruber – exemplares da raça nelore trazidos da Índia em 1878 por Manuel Lemgruber -, o 1646 da MN e se tornou uma ótima opção de pedigree. “Ele pode ser usado em qualquer tipo de vaca para minimizar a consanguinidade”, explica Abreu.

Em vida, o reprodutor não recebeu a valorização que merecia. Seu sêmen era vendido por R$ 40. Contudo, as honras vieram após sua morte. Hoje, uma dose do sêmen do animal é comercializada a R$ 1.400. Isso porque o tempo mostrou que o reprodutor era um ótimo “raçador”. “O 1646 tinha muita carcaça, estrutura, aprumo e transmitia suas características proeminentes às progênies”, explica Abreu.

Gim de Garça

Gim da Garça
Foto: Estância JM

O Gim de Garça é outro touro nelore que merece destaque. Com 250 mil doses de sêmen vendidas, ele ganhou reconhecimento por transmitir precocidade para peso e sexualidade a seus filhos e filhas. Entre os descendentes, uma das estrelas é um bisneto, o touro Enlevo da Morungaba. Enquanto estava vivo, o sêmen de Gim era comercializado por R$ 50 e hoje a Lagoa cobra R$ 300 pela dose.

touro-gim-da-garca
Foto: Apoio Genética

Nos anos 70, a paixão e a visão para os negócios de Jaime Miranda passou a se dividir entre a cafeicultura e a pecuária de elite, quando então iniciou as atividades da Estância JM e a formação de um plantel de animais que ajudaram a mudar a genética do gado nelore no Brasil, nasceram então os reprodutores GIM DE GARÇA e LUDY DE GARÇA, dois dos mais importantes genearcas da raça. Com animais premiadíssimos nas melhores exposições, e muito valorizados em leilões pelos 4 cantos do país, a marca JM tornou-se referência na pecuária seletiva nacional.

Fardo FIV F. Mutum

Touro Fardo FIV F Mutum
Foto: CRV Lagoa

Fardo FIV F Mutum é filho de Dengosa e do touro ícone da tradicional seleção mineira Gir Leiteiro dos Poções, Radar. O exemplar já mostrava seu potencial nas pistas antes de completar 24 meses de idade. Hoje acumula no currículo o título de Reservado Grande Campeão ExpoZebu e Megaleite, além de ser o touro que detém o maior número de porgênie de pai na história da ABCGil.

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Para você que é produtor e quer um rebanho produzindo muito leite, com fêmeas dóceis, com conformação funcional e úberes espetaculares, a genética do Fardo é a solução ideal que fará a diferença em seu rebanho.

CA Sansão

Touro Gir Leiteiro CA Sansão
Foto: Divulgação

CA Sansão, lendário raçador que integra a bateria da CRV Lagoa. Foram 15 anos e sete meses de uma trajetória incomparável, acumulando títulos e recordes (nacionais e internacionais). Hexacampeão do ranking de touros da ABCGIL/Embrapa (2005, 2006, 2007, 2008, 2010 e 2011) e tetracampeão do Sumário ABCZ/UNESP, o reprodutor, propriedade de Joaquim José da Costa Noronha, o Kinkão, nasceu em 10 de março de 1996, na Fazenda Terra Vermelha.

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CA Sansão foi o primeiro e único touro Gir Leiteiro que conquistou o troféu Palheta de Ouro, título concedido pela CRV Lagoa no último mês de agosto, quando a Central completou 40 anos. O troféu é oferecido aos reprodutores que atingem a marca de 250 mil doses produzidas.

Meteoro de Brasília

Touro Meteoro de Brasília
Foto: Divulgação

Na pecuária leiteira, histórias como essas são mais raras, mas já começam a aparecer. Uma delas é a de Meteoro de Brasília, um reprodutor Gir Leiteiro que faleceu no ano passado. Ele ganhou fama por gerar filhas que depois foram reconhecidas como boas produtoras de leite. Conclusão, a dose de seu sêmen sexado, que era vendida por R$ 80, hoje custa R$ 1 mil.

Adaptado da Dinheiro Rural

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