Agentes vivos já são liberados via drone nas lavouras

Liberação de macrobiológicos via drone gera maior rentabilidade ao produtor e gerar economia de cerca de R$ 250 por hectare

A Koppert, em parceria com empresas de drones, faz a liberação de agentes de controle macrobiológicos utilizando esta tecnologia no campo. O objetivo é proporcionar aos produtores rurais um controle biológico mais eficiente, considerando a qualidade da aplicação, a redução de custos, a melhora na produtividade e o menor tempo de operação.

De acordo com o CEO da Geocom, uma das empresas parceiras, Gláucio Carrit Antiga, as vantagens de se utilizar drones nas aplicações são inúmeras, principalmente: qualidade da aplicação; rapidez; atendimento à flutuação das pragas e custo mais baixo. “A tecnologia do drone inclui um mecanismo dosador preciso, capaz de distribuir de forma exata o agente biológico na área a ser controlada; os drones são capazes de cobrir grandes áreas, e é possível efetivar o controle em momentos de pico”, explica.

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Foto: Divulgação

Um dos principais benefícios oferecido ao produtor, além do custo menor de aplicação, é o aumento da rentabilidade ao final da safra. “O agricultor gasta menos e também os resultados de produtividade serão melhores”, orienta Antiga. Em cana-de-açúcar, por exemplo, a cada 1% de redução do índice de infestação da broca, o produtor tem cerca de R$ 100/ha a mais no bolso.

Um exemplo prático desta última safra foi um comparativo feito em áreas no município de Alto Alegre (RS), que utilizavam o controle convencional e outras onde foram aplicadas o Trichogramma pretiosum para o controle de lagartas em lavouras de milho. “Diferente do manejo convencional que utilizou cinco aplicações de inseticidas para o controle de lagartas, o biológico realizou apenas uma dispersão de vespas para todo o ciclo da cultura do milho, gerando uma redução de cerca de R$ 250 por hectare.Se for somado a economia de cerca de R$ 400 por hectare na escolha da semente, é possível ter uma redução no custo total de, aproximadamente, R$ 650 por hectare com o uso dessa tecnologia, sem reduzir a produtividade da lavoura”, explica outro parceiro da Koppert, Cristiano Gotuzzo, diretor executivo da Geoplan Soluções em Agronegócio.

Segundo o gerente de vendas Centro-Sul da Koppert, Rodrigo Rodrigues, a utilização dos drones permite a liberação em grandes áreas de culturas como soja, milho e algodão, com rendimento de 200 a 350 ha/dia, além de não utilizar a infraestrutura de equipamentos do produtor. “Os pulverizadores, tratores e outros implementos podem ser utilizados nas operações normais da fazenda, enquanto o drone faz a liberação dos macrobiológicos. Toda a operação com drone custa menos que uma única aplicação convencional, usando tratores, motos ou liberação manual.”

A Koppert possui em seu portfólio três produtos macrobiológicos: o GalloiBug (Trichogramma galloi), para controle da broca-da-cana; o de PretioBug (Trichogramma pretiosum), indicado para seis tipos de lagarta; e o PodisiBug (Telenomus podisi), que controla cinco tipos de percevejos, nas mais variadas culturas.

Produtores

Os produtores, tanto de cana-de-açúcar, como de grãos e outras grandes culturas, têm recebido muito bem a tecnologia, numa primeira etapa focando em entender a novidade, depois constatando as inúmeras vantagens no campo, e ao final, colhendo os resultados expressivos da tecnologia. “Há uma percepção clara também das vantagens do ponto de vista de sustentabilidade, e muitos já veem a oportunidade de reduzir o uso dos defensivos químicos, garantindo um ambiente mais equilibrado”, esclarece Antiga.

Samir Rodrigo Fin, CEO da Agrovoa, também parceira da Koppert, explica que os drones têm uma espécie de “caixa preta”, onde ficam armazendas todas as informações sobre a aplicação, como quantidade de produto por hectare e área alcançada. “Esses dados são essenciais para o planejamento e acompanhamento pelo cliente, o que garante uma adesão maior ainda à essa tecnologia”, finaliza.

A receptividade dos parceiros e clientes para a aplicação via drone passou da fase de conhecimento, e se tornou a forma de aplicação padrão. “No campo, todos reconhecem essa forma de aplicação como sendo muito vantajosa e percebem que é a agricultura 4.0 no dia a dia das propriedades”, conta Rodrigues.

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