Arroba volta a R$ 320 com escalas de abate “falsas”

As indústrias seguem com ociosidade e o mercado interno segue com grande expectativa de aumento do consumo, aumentando a procura pela matéria-prima.

No mercado do boi gordo é comum que a pressão baixista se mantenha nesse período, ou seja, durante a safra. Sendo assim, a quarta-feira, 5 de maio, foi marcada por preços mistos nas principais praças pecuárias. Entretanto, negociações aconteceram no valor de R$ 320,00/@ nas praças paulistas. Confira!

O ambiente de  negócios sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo, consequência do avanço da oferta de boiadas em
grande parte do Centro-Sul. Mas é preciso pontuar que as indústrias seguem trabalhando com uma “falsa” folga nas suas escalas, tendo em vista que estão operando com um terço da sua capacidade de abate!

Os compradores abriram o dia oferecendo menos para as três categorias de bovinos destinadas ao abate. Segundo, a Scot Consultoria, para o boi gordo e a vaca gorda, a referência caiu R$2,00/@ na comparação feita dia a dia, negociados respectivamente em R$308,00/@ e R$288,00/@, preços brutos e a prazo.

A cotação da novilha gorda caiu R$1,00/@ no comparativo diário, apregoada em R$302,00/@, nas mesmas condições.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 310,21@, na quarta-feira (05/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 284,86/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 291,65/@.

Os valores do Indicador do Cepea para o Boi Gordo, voltou a registrar leve desvalorização de -5,50% e fechou no patamar de R$ 307,50/@. Mesmo assim, os valores da arroba na praça paulista seguem firmes a R$ 320,00/@ e garantem melhor posição para o pecuaristas!

Importante também que a maioria das plantas que estavam em férias coletivas já voltou, estratégia adotada para controlar a cotação até uns 10 dias atrás. Verdade também que os produtores não cedem muito, e alguns ainda com reserva de pastos para poderem segurar os animais um pouco mais, enquanto a estiagem não se pronuncia para valer.

No entanto, lembra a consultoria Agrifatto, muitas indústrias ainda trabalham abaixo da sua capacidade produtiva, com unidades fora de operação, pelo menos temporariamente – enquanto não conseguem êxito nas tentativas de repasse dos custos operacionais para a ponta final da cadeia da carne bovina.

Mas entre a lateralização dos preços e pequenos recuos, tem prevalecido mais os segundos. A entrada de bois terminados da safra de verão vai aumentando e as escalas dos frigoríficos também. Mas o alerta fica para o tamanho dessa safra, que será muito pequena e o avanço das vacinações podem estimular o consumo interno.

Mercado Futuro

Na B3, os contratos futuros passaram por baixas. O maio/21, contrato mais negociado do dia, encerrou o dia cotado a R$ 303,90/@, acumulando queda diária de 0,93%. O destaque, de maior queda, foi para o julho/21, que desacelerou 1,08% e negociado a R$ 314,55/@.

Exportação

Em abril, o Brasil exportou 125,47 mil toneladas de carne bovina in natura, com faturamento de US$597,98 milhões. A média diária embarcada foi de 6,27 mil toneladas e a cotação média foi de US$4,77 mil, desempenhos 7,9% e 9,0% maiores em relação a abril de 2020 (Secex).

Já para a entressafra, a dinâmica de mercado tende a mudar completamente, com a tendência de uma queda do confinamento de primeiro giro em função do avanço dos custos pecuários em 2021.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 308, ante R$ 309-R$ 310 na terça-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294 – R$  295, ante R$ 296.
  • Em Cuiabá, o boi gordo foi negociado por R$ 305 contra R$ 307 – R$ 308.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, os preços chegaram a R$ 300 a arroba, ante R$ 300-R$ 301 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma reação dos preços no decorrer da primeira quinzena de maio, com destaque para o potencial consumo do próximo final de semana, avaliando as comemorações relacionadas ao Dia das Mães como grande motivador da demanda. Em função da situação macroeconômica a tendência ainda é de maior consumo por proteínas mais acessíveis, prioritariamente a carne de frango.

Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,45 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,95 o quilo.

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