Plant based quer matéria-prima nacional para baixar custo

Hambúrguer feito com ervilha brasileira, por exemplo, custa 30% menos que o mesmo produto à base da leguminosa importada.

Com potencial para movimentar US$ 100 bilhões por ano no mundo, o mercado de alimentos plant-based, também denominado de foodtech, se destaca no agronegócio brasileiro conforme cresce a demanda vegetariana pelas proteínas alternativas às carnes. Os pilares desse crescimento são a busca por matérias-primas produzidas no país, com destaque para o feijão, e um marco regulatório previsto para 2023, segundo representantes do segmento.

O impacto do dólar mais valorizado teria sido maior neste ano se as empresas do ramo não viessem investindo, desde 2019, na produção de proteína vegetal de origem brasileira. Hambúrgueres de ervilha, por exemplo, são 30% mais baratos quando o pulse é produzido no país e não importado do Canadá, seu maior produtor, de acordo como The Good Food Institute (GFI).

“O dólar com certeza vem impactando o preço dos produtos, pois utilizamos muita matéria-prima importada”, observa o presidente da entidade, Gustavo Guadaguini, ponderando que esse impacto ocorre mais sobre as margens de lucro do que nas prateleiras. “Há uma necessidade de desenvolver proteínas próprias exatamente em função dessa dependência externa”, ele diz, acrescentando que as companhias de carne vegetal brasileiras têm buscado alternativas.

De janeiro de 2020 a outubro de 2021, o preço da ervilha passou de US$ 650 para US$ 950 a tonelada no Porto de Santos, segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe). Já o preçoda lentilha foi de US$ 685 para US$ 1.400 por tonelada. Maior produtor mundial (37%), o Canadá atingiu o menor nível de oferta em 2021, com perda de 31%. As exportações canadenses estão em torno de 1,8 milhão de toneladas na safra atual, ante 2,3 milhões na última temporada.

Pesquisas com matérias-primas brasileiras, para nacionalizar os produtos finais, têm sido a tônica do setor. A Sadia, por exemplo, está investindo num frango de feijão-carioca, com lançamento previsto para 2022. “Outra tendência é um marco regulatório em 2023, com normas nutricionais, padrões de qualidade e a reformulação de produtos”, prevê Guadaguini.

Fonte: Globo Rural

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