Tempestade traz alerta para a Virada do Ano, veja onde!

A Zona de Convergência do Atlântico Sul é um importante agente de reposição de água no país, mas, neste ano, foi potencializado pelos efeitos da La Niña e do aquecimento global.

Só neste mês de dezembro, três eventos de corredor de umidade atuaram nas áreas do centro-norte do país. Além disso, para o último dia do mês, a tendência é que uma nova ZCAS(Zona de Convergência do Atlântico Sul) volte a se configurar sobre o país, provocando muita chuva em alguns estados. 

A ZCAS deve atuar de 31 de dezembro, sexta-feira, até o domingo, dia 02 de janeiro. Dessa vez, a ZCAS vai atuar um pouco mais para baixo, na posição média normal. Com isso, a chuva volumosa não vai ficar sobre a Bahia. Neste período, a expectativa é de muita chuva em áreas do sul e leste do Amazonas, Rondônia, sul do Pará, norte do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, algumas regiões de São Paulo, Rio De Janeiro e Minas Gerais. 

A chuva deve provocar vários problemas como alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra.

O que é o ZACs?

A ZCAS é um sistema meteorológico natural, em que se forma um corredor de umidade unindo o Norte ao Sudeste do Brasil, em direção ao Oceano Atlântico Sul. Na ocorrência do evento, as nuvens carregadas de água ficam concentradas em uma única região e, sem conseguir seguir o seu trajeto, chocam-se com frentes frias, causando nebulosidade, umidade e fortes chuvas.

A sua formação é esperada nesta época do ano e ela desenvolve um importante papel ambiental na reposição da água em regiões suscetíveis às secas, sobretudo no Nordeste. Este ano, porém, influenciada pelos efeitos da La Niña (que resfria as temperaturas na América Latina) e do aquecimento global, o fenômeno foi mais intenso do que esperado.

Nos mapa é possível observar a Zona de Convergência do Atlântico Sul (linhas verdes) (Foto: Divulgação/Inpe)

Atenção: No caso do Rio de Janeiro, as áreas de encosta podem acumular valores bastante elevados, por causa da situação do relevo. A população deve se atentar aos avisos meteorológicos nos próximos dias.

Belo Horizonte também é uma região que será bastante afetada pela chuva.

É válido lembrar que, mesmo antes da formação da ZCAS, muitas instabilidades já estão atuando sobre o Brasil. A previsão é de muita chuva entre o final de dezembro e o começo de janeiro. Os volumes acumulados de chuva serão bastante expressivos e, por isso, a chance de transtornos pelo país ainda é bastante elevada, principalmente entre as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte.

Confira como ficou a distribuição de chuva no país nos últimos 30 dias (mapa do dia 27/12), segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia.

A chuva da Bahia vai “descer” para o Sudeste?

A partir do dia 31 de dezembro de 2021, a convergência de ventos mais intensa sobre o Brasil vai mudar de posição fazendo com que as grandes áreas de chuva mudem de lugar. Não é a chuva da Bahia que vai “descer” para o Sudeste. As áreas de chuva sobre a Bahia vão enfraquecendo e se dissipando já a partir desta quarta-feira. As cidades baianas que ficaram debaixo d´água nos últimos dias terão muito sol e a partir de quinta-feira.

Previsão detalhada

Preocupação com a grande BH e o Grande Rio

A região da Grande Belo Horizonte/Cidades Históricas, do Grande Rio/Baixada Fluminense, da Zona da Mata Mineira e do Sul de Minas estão entre as áreas que devem receber grandes volumes de chuva na primeira semana de 2022. 

O relevo destas regiões, com grande quantidade de vales e morros, traz uma preocupação especial diante do grande volume de chuva esperado para a primeira semana de janeiro de 2022. 


A chuva será frequente e volumosa neste período, se acumula sobre os morros e encostas e encharca o solo. Isto vai facilitar a ocorrência de deslizamentos e desmoronamentos da terra. Tanto a Grande Belo Horizonte/Cidades Históricas como a região do Grande Rio/Baixada Fluminense têm longo histórico de problemas e desastres com períodos de chuva forte.

Goiânia e Brasília

A região de Goiânia e o Distrito Federal também estão entre as áreas que terão vários dias com chuva frequente, com vários eventos de chuva forte e volumosa. A chuva poderá causar transtornos como alagamentos, transbordamento de lagos, rios e desmoronamentos.

São Paulo e Espírito Santo

Os estados de São Paulo e do Espírito Santo serão menos afetados pela chuva intensa desta nova ZCAS do começo de janeiro de 2022, mas poderão ter dias com chuva forte.

No estado de São Paulo, as regiões com maior risco de ter chuva excessiva em poucos dias são o norte do estado, incluindo a área de Franca, de Ribeirão Preto e de São Carlos, a Serra da Mantiqueira, o Vale do Paraíba e o Litoral Norte. Mas durante a primeira semana de janeiro de 2022, a Grande São Paulo e a região de Campinas podem ter chuva moderada a forte, mas não persistente.

No Espírito Santo, ainda há risco de temporal até o dia 30 de dezembro, mas já no dia 31, as áreas de instabilidade perdem força. Os primeiros dias de janeiro de  2022 serão com sol e pancadas de chuva a partir da tarde, inclusive em Vitória, mas de forma eventual e de curta duração. 

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

O estado de Mato Grosso vai sentir a presença de grandes áreas de instabilidade na primeira semana de 2022, que vão provocar chuva frequente e volumosa em grande parte do estado.

Na região de Cuiabá, o tempo não fica completamente chuvoso, mas a população deve se preparar para vários eventos de fortes pancadas de chuva, que podem causar problemas

O estado de Mato Grosso do Sul será o menos afetado pelas áreas de instabilidade da ZCAS que se forma no começo de 2022. As pancadas de chuva devem ocorrer por todo o estado, mas em geral com períodos de sol. Há risco de chuva forte em Campo Grande e nas demais regiões do estado.

Confira no vídeo a explicação da meteorologista Josélia Pegorim sobre o que vai acontecer com a chuva no Brasil no começo de janeiro de 2022:

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