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Agrofloresta: você sabe o que é e como se faz?

Agrofloresta concilia a produção de alimentos associado à conservação florestal promove benefícios econômicos e ecológicos

Agrofloresta é um sistema de produção inspirado na dinâmica dos ecossistemas naturais, nos quais espécies florestais perenes são plantadas junto com cultivos agrícolas e criações de animais. É um sistema produtivo que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, promovendo benefícios econômicos e ecológicos.

É esse o trabalho que vem sendo desenvolvido no Brasil e no mundo pela PRETATERRA, uma iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo e implementando designs agroflorestais com o uso de conhecimento tradicional, empírico e científico, aplicando tecnologias inovadoras. Tudo isso com o objetivo de construir um novo paradigma produtivo que não se baseia somente na monocultura, como ocorre hoje.

Foto: Divulgação

Os fundadores da PRETATERRA, Paula Costa e Valter Ziantoni, somam juntos mais de 30 anos de experiência profissional. Nesse tempo, chefiaram o P&D da Fazenda da Toca, projetando e implementando os primeiros sistemas agroflorestais do empreendimento para produção de citrus em larga escala para exportação, além de estarem à frente de diversos projetos no Brasil e no mundo. Ambos são engenheiros florestais, Ziantoni com especialização em Gerenciamento pela FGV e mestre em Agrofloresta pela Bangor University e Paula com especialização em Gerenciamento Ambiental pela ESALQ – USP e Bióloga pela UNESP, premiada em 2016 pela Sociedade Brasileira de Silvicultura.

As principais vantagens da agrofloresta frente à agricultura convencional, segundo Ziantoni, são a recuperação da fertilidade dos solos, com redução de erosão, aumento da infiltração de água, e consequentemente, a conservação de rios e nascentes. Destaca-se ainda o aumento da diversidade de espécies, privilegiando o controle natural de pragas e doenças, e a diversificação da produção, de modo que o agricultor não dependa de um só mercado, entre outros benefícios.

o que é AGROFLORESTA
Foto: Divulgação

“Essa integração entre floresta, agricultura e criação de animais oferece um caminho para enfrentar os maiores desafios do planeta, incluindo a degradação de solos agricultáveis e as mudanças climáticas, mitigando o risco de colapso dos sistemas produtivos. Além disso, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez que a madeira e os frutos podem ser explorados e vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo de agricultura sustentável e resiliente”, detalha Ziantoni.

Paula ressalta que agroflorestas são sistemas antropogênicos milenares que, em alguma instância, replicam ciclos ou disposições naturais, no tempo e no espaço, agregando plantas perenes lenhosas a arranjos produtivos integrados, pastoris ou agrícolas. “Agroflorestas promovem maior diversidade biológica e resiliência ecológica e contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elaborados pela ONU, que devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030”, salienta Paula.

o que é AGROFLORESTA
Foto: Divulgação

Onde os sistemas agroflorestais se aplicam?

Existem inúmeros arranjos e composições de sistemas agroflorestais no mundo. No Brasil, alguns dos principais são agrossilviculturais, que combinam árvores (silvicultura) com cultivos agrícolas anuais ou perenes; silvipastoris, que unem árvores e pastagens (animais) e os sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de importância econômica (a cabruca).

Paula explica que os sistemas se aplicam a todos os biomas brasileiros e a diferentes maneiras de produção. “Desde a agricultura familiar, de pequena escala ou artesanal, até o cultivo de grandes culturas, mais tecnificadas e mecanizadas, em grande escala”.

“Acreditamos em uma cadeia produtiva inclusiva, transparente e distribuída, na qual o produtor seja dignamente recompensando pelo trabalho, a sociedade compreenda o seu valor e o preço do produto final seja acessível a todas as esferas sociais. Cremos ainda na diminuição do uso da energia e de desperdícios na produção, colheita, armazenamento, beneficiamento e distribuição de alimentos. Mas, sobretudo, vislumbramos uma soberania alimentar nacional através de uma agricultura integrada, tecnológica e de cunho agroflorestal em essência”, complementa Paula.

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