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Maçã brasileira exportada é exemplo na rastreabilidade

Rastreabilidade em pomares de maçãs é exigência do mercado internacional; produtores investem em tecnologia para garantir a qualidade nos cultivos de maçãs

Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentram 94% da produção brasileira de maçãs, que, em 2021, deve passar de 1 milhão de toneladas, segundo previsão da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). Parte da colheita, que inicia nas próximas semanas, tem como destino a exportação. Mercados distintos como a Rússia (o maior comprador), Bangladesh e países da União Europeia, têm em comum exigências como garantia de sanidade, certificação e boas práticas agrícolas. Condições que são atendidas com a rastreabilidade da cadeia produtiva.

Presente em grandes pomares, o uso da tecnologia no controle e acompanhamento técnico dos cultivos, vem ganhando adeptos também entre pequenos agricultores. De olho nessa demanda, o Sicredi Altos da Serra disponibiliza aos associados o acesso a um Caderno de Campo Digital, desenvolvido pela Elysios Agricultura Inteligente. “A plataforma Demetra é uma tecnologia voltada para a fruticultura, tanto na implantação da rastreabilidade como para ajudar na gestão e qualificação do produto. É uma ferramenta que, para os técnicos, tem muito valor. Também agrega valor e passa segurança para a cadeia produtiva, o que possibilita ao produtor vender e posicionar seu produto, além de acessar mercados internos e externos”, afirma o diretor comercial da Elysios, Mário Apollo Brito. Com sede em Porto Alegre e há cinco anos no mercado, a startup desenvolve inovações de gestão agrícola para o pequeno e médio agricultor familiar.

Há seis meses, Darci Menegotto, associado do Sicredi Pioneira, passou a utilizar o Caderno de Campo Digital como aliado no cultivo de maçãs e pêssegos, no Primeiro Distrito, em Caxias do Sul (RS). “É interessante, está no pomar, abre ali mesmo o caderno de campo e dá uma olhadinha para ver qual será a próxima aplicação de um produto, ele tem o registro de todas as informações das atividades de todo o ciclo produtivo”, conta o agricultor. “Há anos, eu registrava em dois lugares, no caderno físico e também colocava em uma planilha própria, no computador. A tecnologia é uma grande aliada do produtor rural, devemos pensar em aumentar a produtividade e não a área. Foi o Sicredi quem indicou, me interessei e aceitei o desafio, estou gostando” conta o fruticultor, que produz, anualmente, em torno de 220 toneladas de maçã e 30 toneladas de pêssego na área de oito hectares.

A tecnologia, que pode ser acessada por meio de um aplicativo no telefone celular, está à disposição dos associados do Sicredi Altos da Serra, que abrange de 30 municípios dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul e Serra Catarinense. A parceria com a Elysios prevê um período de experiência gratuita, por pelo menos três meses, para o agricultor avaliar, fazer sugestões e, talvez, posterior aquisição. Segundo o Gerente de Negócios Agro da agência Vacaria, Adriano Francisco Manfredi, a plataforma é uma oportunidade para agregar valor e entrega tanto ao pequeno, médio ou grande produtor. “Os associados estão vendo como uma ótima opção de entrega, pois atende à obrigação de rastreabilidade nos cultivos, principalmente de maçãs. Vimos que estão utilizando também em pomares de kiwi, uva, pêssego, goiaba e até na produção de grãos. Em alguns casos, produtores que já integram um sistema de rastreabilidade na cooperativa em que entregam as frutas, estão testando e já aprovaram o sistema da Elysios. Além de oferecer itens como crédito, seguros e cartões, essa iniciativa do Sicredi é uma ótima opção”.

Em Bom Retiro, na Serra Catarinense, Ederson Rodrigues Pereira também aposta na rastreabilidade para produzir maçã, cebola, milho e abóbora orgânicos, que têm como destinos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. “Temos uma produção pequena, mas variada. Passar a limpo as anotações pode ser um pouco desgastante, acredito que a praticidade de ter os dados na palma da mão é o diferencial na nossa propriedade. A rastreabilidade é fundamental para que o processo (produto – consumo) dê certo”, acredita o doutor em química, que começou a utilizar a plataforma Demetra há pouco mais de dois meses, na Fazenda Cambará. E acrescenta: “A rastreabilidade auxilia a produção de acordo com as Boas Práticas Agrícolas (BPAs), essenciais para o desenvolvimento da agricultura como um todo, ela beneficia toda a cadeia que depende da agricultura. E as pessoas estão mais atentas à origem dos alimentos. O consumidor se alimenta com qualidade, o produtor diminui custos e o meio ambiente agradece”.

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