“Nossos produtores preservam o meio ambiente”

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, destacou o potencial sustentável do agronegócio brasileiro; “Todo nosso esforço é premiar as boas práticas”

Dados da Embrapa Territorial, por meio do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), concluiu que o setor produtivo rural do país destina área acima de 66,3% do território brasileiro para preservação na soma total da vegetação nativa: florestal, savânica e campestre.

Recentemente um estudo publicado na revista Science com o título “As maçãs podres do agronegócio brasileiro”, disse que até 22% da soja e pelo menos 17% da carne bovina produzidas na Amazônia e no Cerrado e exportadas para a União Europeia podem ter rastros de desmatamento ilegal. No entanto o Portal Agrolink teve acesso ao estudo que deixa claro que a maior parte da produção agrícola brasileira é livre de desmatamento, e que apenas 2% das propriedades na Amazônia e no Cerrado são responsáveis por 62% de todo o desmatamento potencialmente ilegal.

Para falar sobre o potencial do país como “Brasil, celeiro do mundo! Exemplo em produção sustentável”, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participou de uma live promovida pela Farsul Jovem, neste domingo (19).

O ministro ressaltou o potencial do agronegócio brasileiro que colhe a maior safra de grãos de sua história e que movimenta outros setores da economia como máquinas, por exemplo. “Temos que ter orgulho da produção rural brasileira que soube, ao longo dos anos, se modernizar, usar tecnologia, boas práticas, articular diversos segmentos e ser sustentável”.

Para ele a atividade agrícola brasileira chama muito a atenção de outros concorrentes mundiais. “A regra da produção brasileira é respeito ao meio ambiente. Acho muito difícil que algum país chegue perto do que o código florestal brasileiro tem em restrição ambiental. Nossos produtores preservam o meio ambiente, com volume de safra, bons preços e isso assusta nosso mercado concorrente”, ressaltou.

Salles também criticou a desinformação. “Tem muito pseudoestudo nesse sentido, pago para ser feito. Temos problemas pontuais mas não podemos nos contaminar por uma narrativa que não e verdadeira”, esclareceu.

O código florestal brasileiro, citado pelo ministro, foi modificado em 2012, e estabelece normas rígidas. Determina normas sobre a Proteção da Vegetação Nativa em geral, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de Uso Restrito (UR). O percentual destinado à Reserva Legal, é 20% da área total do imóvel, 35% no Cerrado e 80% na Amazônia. O código também proíbe a exploração florestal, o fornecimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais, o controle e prevenção dos incêndios florestais, e a previsão de instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Para Salles essa é uma das legislações mais efetivas do mundo mas ainda precisa avançar e ser corrigida em alguns pontos tendo em vista a extensão do Brasil. “Se for usar a regra de APP na Europa vai ter que demolir muitas construções feitas sobre áreas de preservação”, disse.

O ministro também ressaltou ações importantes como a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas realizada pelo inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), que recicla acima de 90%. “Estamos falando de um setor que dá o exemplo”, defendeu.

Ainda sobre a Amazônia ele destacou que um problema a ser vencido é a falta de oportunidade da população local que para se sustentar partem para atividades ilegais como desmatamento e garimpo. Um dos incentivos é o programa Floresta Mais, lançado pelo Ministério do Meio Ambiente, para incentivar donos de terra a proteger a mata nativa em suas propriedades, combater incêndios e recuperar áreas degradadas. Serão investidos R$ 500 milhões no projeto-piloto. Inicialmente o projeto acontece na Amazônia Legal mas deve se expandir para outros biomas. “Todo nosso esforço é premiar as boas práticas. Não quer dizer parar a fiscalização mas recompensar quem faz certo”.

Ainda sobre a região da Amazônia o ministro questiona por que não há na região uma indústria de biodiversidade. “Isso valoriza a natureza e dá emprego e renda. Temos que ter segurança jurídica para isso”.

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