São produzidos genótipos apropriados às características de solo e clima, para maior qualidade e produtividade da batata-doce
A região do oeste paulista ocupa o primeiro lugar no ranking estadual da batata-doce, com produção média de 15,38 toneladas por hectare, o que é maior que a média nacional de 14,5. Porém é baixa, por causa do solo arenoso e dos períodos de estiagem; e diante da possibilidade de poder chegar ao nível entre 25 e 30.
Experimentos agronômicos estão em andamento na Unoeste, na busca de produtividade superior a atual mediante o cultivo de genótipos mais adaptáveis ao solo e clima regional, tolerantes ao déficit hídrico durante períodos de veranicos e com melhor qualidade nutricional.
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São seis pesquisas em andamento e mais outra com o projeto para ser colocado em prática, desenvolvidas no Centro de Estudos em Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista (Ceofop) e no Laboratório de Tecidos Vegetais, instalados no campus II da universidade.
Ampla riqueza
O professor pesquisador Dr. André Ricardo Zeist comenta que existem poucos estudos científicos no Brasil sobre a cultura da batata-doce, mesmo sendo um produto de consumo interno e de exportação, além de gerador de vários subprodutos, entre os quais doces, féculas, flocos e farinhas.
Esse tipo de batata é importante suprimento de vitaminas dos complexos A e B e de minerais, tais como ferro, cálcio, potássio, enxofre e magnésio. É um produto cujo consumo tem aumentado, especialmente por desportistas, devido à sua composição nutricional.
Produtores rurais da região de Prudente têm contribuído para atender o mercado nacional e internacional, trabalhando com determinação para superar as dificuldades dos solos arenosos e dos déficits hídricos que resultam em produções que poderiam ser mais altas e com menos anomalias fisiológicas nas raízes.
Aspectos sociais
Os experimentos em andamento estão comprometidos com a produção sustentável e competitiva, e com a relevância econômica e social da cultura que pode ajudar a evitar o êxodo rural e fortalecer os sistemas de cultivo de base familiar. As pesquisas são conduzidas com apoio de equipe multidisciplinar.
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Melhoristas, biotecnologistas e fisiologistas estão envolvidos no trabalho com estudantes de graduação e mestrado em agronomia, de tal maneira contribuindo também para a formação de recursos humanos e para a multiplicação de conhecimento através de artigos científicos.
Dos sete estudos, dois têm o aporte e outros dois estão em submissão na Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); um com bolsa do Programa Institucional de Iniciação Científica (Peic-Unoeste) e três vinculados ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Agronomia, que oferta mestrado e doutorado.
As orientações dos trabalhos são de Zeist, com a colaboração do Dr. Andre Luiz Biscaia Ribeiro da Silva, vinculado à Unoeste; e do Dr. Juliano Tadeu Vilela de Resende, da Universidade de Londrina (UEL); proporcionando aos estudos o caráter interinstitucional.
Os estudos
Seleção in vitro de genótipos de batata-doce tolerantes do déficit hídrico, de autoria de Helder Sampaio Ferraza. Desempenho agronômico de genótipos experimentais de batata-doce de polpa roxa na região do oeste paulista, por Bruno da Rocha Toroco.
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Adaptabilidade de genótipos experimentais de batata-doce na região do oeste paulista, por Jair Garcia Neto. Desenvolvimento e seleção de genótipos de batata-doce, por Murilo Henrique Souza Leal. Adaptabilidade e estabilidade de genótipos de batata-doce em Presidente Pudente (SP), por Amanda Carvalho Perrud.
Aplicação de índices de seleção inicial e de genótipos meios-irmãos de batata-doce com polpa branca ou creme, por Rodrigo Dias Vergana. Aptidões e avanço na seleção e genótipos experimentais de batsata-doce de polpa laranja, por Souza Leal e que dará continuidade ao estudo de Vergana.
Aptidões e avanço na seleção de genótipos experimentais com padrão canadense, no qual estão trabalhando Jair Garcia Neto, no desenvolvimento de sua pesquisa de mestrado, junto com Alberto Junior Torres Biscola e Douglas da Silva Mafra, estudantes da graduação.
Boa contribuição
O produtor rural exportador de batata-doce Nelson Monteiro está há quase 40 anos atuando nesse segmento e conta que tem utilizado de sua própria vivência na busca de qualidade capaz de atender o exigente mercado internacional. Tem sido assim desde 1982, safra por safra.
Sobre as pesquisas, entende que os resultados poderão ser uma boa contribuição, especialmente se derem respaldo à sua condição de exportador que atualmente mantém negócios com a Holanda, mas já atendeu outros países, como a Itália e o Canadá. No momento está empenhado em obter o selo europeu de qualidade.
Monteiro está entre os mais antigos produtores dentre os mais de 300 de Presidente Prudente e região, que juntos movimentam cerca de R$ 110 milhões por ano, gerando emprego e renda. São mais de 3 mil trabalhadores, da preparação do solo à colocação no mercado, com renda média mensal de R$ 2 mil.