JBS Austrália tem plantas suspensas pela China

Justificativa de que a decisão do governo chinês foi de retaliar o governo australiano, após este aumentar o tom das críticas e conspirações

Dia 29 de abril, nós publicamos uma matéria “China ameaça parar importações de carne por conspirações“, dito e feito. Duas plantas da JBS da Austrália, e mais duas de grupos locais, foram suspensas de exportarem carnes à China nesta segunda (11). Estão entre as maiores e responsáveis por boa parte do marketshare que o país conseguiu no mercado chinês em março, de 11%.

A notícia atribuída à Administração Geral da Alfândega da China, e veiculada pela Agrifatto, vem com a justificativa de que a decisão do governo chinês foi de retaliar o governo australiano, após este aumentar o tom das críticas sobre o desenvolvimento do novo coronavírus e quanto ao seu descontrole.

A China até teria, de fato, ameaçar a Austrália com essa medida, de acordo ainda com a notícia, irritada com a veiculação de acusações de que o vírus é artificial, criado em laboratório, e da suposta leniência das autoridades em controlá-lo.

Se oficial esta informação, serve de alerta ao Brasil, que também endossou essas críticas à Pequim, seguindo os Estados Unidos, e Money Times já trouxe alertas de especialistas em comércio exterior sobre os riscos brasileiros.

A vantagem para o Brasil é que o país possui um volume muito destacado, com mais de 40% de todas as importações de carne bovina pela China. E inclusive pode se aproveitar desse vácuo australiano, se os chineses quiserem.

Em março, a Austrália, dona de carne mais cara que a brasileira, mas que compete graças a menor distância do grande comprador da Ásia, obteve um crescimento de 4% nos embarques para aquele destino.

Em complemento à notícia, Lygia Pimental, CEO da consultoria, escreve:

“A ação de bloqueio de unidades processadoras é claramente cuidadosa. Apesar de o futuro impacto sobre as exportações australianas de carne bovina ser altamente provável, uma vez que as plantas bloqueadas estão entre as maiores habilitadas para exportar, a China enfrenta uma inflação de alimentos persistente que, apesar de ter desacelerado em março para 18,3%, está nos maiores patamares históricos já registrados. Uma consequência da liquidação do rebanho suíno ocasionada pela PSA”.

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